O nomeado ministro do Interior do Afeganistão, Sirajuddin Haqqani, é procurado pelos EUA, que oferecem uma recompensa de cinco milhões de dólares (cerca de 4,22 milhões de euros) pela sua captura.
Haqqani, na lista dos mais procurados pelo FBI, acredita-se que ainda mantém pelo menos um refém americano, segundo a agência Associated Press.
O futuro ministro talibã chefiou a rede Haqqani, a quem são atribuídos muitos ataques mortais e raptos.
Os talibãs anunciaram hoje um Governo provisório, composto na totalidade por homens, horas depois de dispararem armas para dispersarem manifestantes na capital, Cabul, e de prenderem vários jornalistas.
No Governo hoje nomeado juntam-se vários veteranos extremistas dos anos 1990 e da guerra de cerca de vinte anos contra a coligação liderada pelos Estados Unidos.
Mohammad Hassan Akhund vai assumir a chefia do novo Governo afegão, anunciou hoje o principal porta-voz dos talibãs, mais de três semanas depois da tomada do poder pelo movimento extremista islâmico.
O cofundador dos talibãs, Abdul Ghani Baradar, será o número dois do novo executivo, precisou Zabihullah Mujahid, numa conferência de imprensa em Cabul.
Segundo a agência Associated Press, o ‘mullah’ Hassan Akhund chefiou o Governo dos talibãs durante os últimos anos do seu anterior regime (1996-2001) e o ‘mullah’ [designação dada a um muçulmano, educado na teologia islâmica e na lei sagrada] Baradar, que liderou as negociações com os Estados Unidos e assinou o acordo para a retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão, é um dos seus dois adjuntos.
O porta-voz anunciou ainda a nomeação do ‘mullah’ Yaqub (filho do ‘mullah’ Omar, fundador do movimento e chefe de Estado de facto do Afeganistão durante o anterior regime) para ministro da Defesa e de Sirajuddin Haqqani (líder da rede Haqqani, grupo de guerrilheiros ligado à Al-Qaeda, encarregado da segurança em Cabul) para o Interior. Amir Khan Muttaqi, negociador dos talibãs em Doha, chefiará o Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Após quase duas décadas de presença de forças militares norte-americanas e da NATO, os talibãs tomaram o poder em Cabul a 15 de agosto, culminando uma rápida ofensiva que os levou a controlar as capitais de 33 das 34 províncias afegãs em apenas dez dias.
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