Na última sexta-feira, 23 de julho, quando forem apresentados os países que iam participar nos Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio, Japão, a emissora sul-coreana optou por transmitir conteúdos alusivos aos países que iam sendo anunciados. A Rainha Isabel II, por exemplo, como símbolo da Grã-Bretanha, o símbolo da bitcoin para El Salvador (primeiro país a aceitar bitcoin como moeda legal), Chernobyl para a Ucrânia e…pizza para a Itália.
Mas as imagens não ficaram por aí. O cenário piorou quando os atletas do Haiti entraram e começaram a observar-se imagens sobre o assassinato do presidente a 7 de julho, Jovenel Moïse. Além disso, os romenos foram associados a uma imagem da personagem “Drácula” – por terem o Castelo do Drácula – e o salmão foi relacionado à Noruega. Além das imagens, legendas como “outrora um local de ensaio nuclear para os Estados Unidos (EUA)”, utilizadas para anunciar as Ilhas Marshall dos EUA puderam também ser lidas pelos telespetadores do canal.
Alvo de inúmeras críticas nas redes sociais, a Munhwa Broadcasting Corporation (MBC), sediada em Seul, veio pedir desculpa pelo que aconteceu, explicando que as imagens e as legendas foram, de facto, “inapropriadas”. “Imagens e legendas inapropriadas foram utilizadas para introduzir algumas histórias”, admitiu, pedindo desculpa “a esses países, incluindo a Ucrânia e os telespectadores” da própria.
A situação embaraçosa provocada pela MBC é já o segundo incidente que envolve a Coreia do Sul nestes Jogos Olímpicos. No mês passado, foram penduradas faixas e bandeiras que faziam referência à guerra deste país com o anfitrião (Japão) entre 1592 e 1598, no exterior de um complexo de apartamentos na aldeia dos atletas olímpicos.
Após um ano de atraso devido à pandemia de Covid-19, os Jogos Olímpicos 2020, que, na apresentação, na sexta-feira, contaram com apresentações de artistas japoneses e fogo de artifício, estão agora a decorrer até dia 8 de agosto. A competição vai ter lugar em 41 locais diferentes, incluindo o Estádio Nacional do Japão, o Estádio de Tóquio e o Estádio de Yokohama, mas sempre sem público.
Esta é já a segunda vez que a cidade recebe uma Olimpíada, sendo que a primeira foi em 1964 – primeira também a ser transmitida ao vivo para outros continentes, graças ao satélite Syncom 3 (primeiro satélite geoestacionário do mundo).