De acordo com a mesma fonte, uma nova lei permite às autoridades lituanas deterem os que passam a fronteira durante um período de até seis meses e restringir o seu direito a recorrer das decisões que lhes negam asilo político ou humanitário.
O ex-presidente do Tribunal Constitucional da Lituânia Dainius Zalimas qualificou as medidas de “niilismo legislativo” que “priva os requerentes de asilo do seu direito a recorrer”, segundo a televisão pública lituana.
“A lei constitui uma violação potencial dos direitos humanos e não corresponde às diretrizes da União Europeia”, disse aos jornalistas Egle Samuchovaite, da Cruz Vermelha lituana.
O afluxo de pessoas vindas do Médio Oriente e de África levou as autoridades da Lituânia a criarem rapidamente acampamentos para alojar os recém-chegados, que foram incentivados pelo Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, a transitarem pelo seu país, refere a EFE.
As autoridades lituanas descreveram a situação como uma forma de guerra híbrida da Bielorrússia em retaliação por Vilnius ter concedido asilo a dissidentes bielorrussos, incluindo a líder da oposição Svetlana Tikhanovskaya.
O número de entradas irregulares na Lituânia a partir da Bielorrússia foi este ano mais de 20 vezes superior ao dos que foram detidos após cruzarem a fronteira em 2020. Mais de 800 das 1.716 pessoas detidas vêm do Iraque.
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