“O Governo da RAEM [Região Administrativa Especial de Macau] irá traçar o planeamento global para o desenvolvimento da tecnologia e inovação, e melhorar continuamente o mecanismo institucional para a tecnologia e inovação, bem como o mecanismo para a transferência dos resultados tecnológicos”, afirmou o chefe do executivo de Macau, Ho Iat Seng, na abertura da Conferência do Fórum Internacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ISTIF), realizada no antigo território administrado por Portugal e organizada pelo Fórum Boao, conhecido como o “Davos Asiático”.
“Ao mesmo tempo, encorajamos e apoiamos as empresas a recorrer ativamente a tecnologias avançadas para atingirem a transformação e atualização, sendo explorado, assim, um modelo de desenvolvimento baseado na relação orgânica entre indústrias, setores académico e de investigação, orientado pelas necessidades do mercado”, reforçou.
Também na mesma conferência, a líder do Governo de Hong Kong, Carrie Lam, frisou que “Hong Kong e Macau são centrais na Grande Baía”, uma mega-metrópole que ambiciona ser também um centro de inovação científico e tecnológico competitivo globalmente, construído a partir das duas regiões administrativas, e nove cidades da província de Guangdong.
Nesta mesma ocasião, vários responsáveis chineses, entre os quais o Presidente do país, afirmaram hoje em Macau que a China quer trabalhar com o mundo no reforço da inovação científica e da tecnologia.
Na abertura do ISTIF, foi lida uma carta do Presidente chinês, Xi Jinping, na qual garantiu que Pequim está preparado para promover intercâmbios com os diversos países do mundo.
A contribuição tecnológica chinesa, reforçou, servirá para a recuperação económica mundial, mas, também, através da cooperação internacional, para defender a saúde da população mundial, frisou, numa referência à pandemia de covid-19.
Na perspetiva de Xi, a cooperação é o caminho que dará benefícios mútuos e crescimento global.
Fundado em 2001, o fórum é conhecido como o “Davos Asiático”, e realiza-se todos os anos na cidade chinesa de Boao, na ilha tropical de Hainan, no extremo sul do país, contando com a participação de chefes de Estado e de Governo de países de todo o mundo.
A conferência que se realiza em Macau visa “criar uma plataforma de diálogo compreensivo de alto nível no meio político, académico e empresarial nas áreas da ciência, tecnologia e inovação”, apontou a organização.
A mesma nota realçou como objetivos “impulsionar a construção de um novo quadro para a governação científica e tecnológica” e “apoiar as Nações Unidas a atingirem os objetivos da Agenda 2030 para a Sustentabilidade”.
O evento inclui debates sobre as redes de quinta geração, propriedade intelectual ou condução autónoma e inteligência artificial.
Pequim quer dotar as suas empresas com capacidades em setores de alto valor agregado, visando competir nas indústrias do futuro, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros elétricos.
As ambições da China para o setor tecnológico levaram já os Estados Unidos a lançar uma guerra comercial e tecnológica contra o país asiático, que incluiu banir as exportações de componentes essenciais para o grupo chinês de telecomunicações Huawei.
Segundo a organização, 800 pessoas devem participar na conferência em Macau, incluindo 600 representantes de empresas líderes no setor tecnológico. A mesma fonte estimou que a participação ‘online’ vai superar as 200.000 pessoas.
A emissão de vistos a residentes do continente chinês para deslocação à Região Administrativa Especial de Macau foi retomada a 23 de setembro.
MIM (JPI) // PTA