Aquele grupo de 117 pessoas escreveu uma carta aberta na The Lancet, revista científica sobre medicina, pedindo o fim do que descreveu como “tortura psicológica e negligência médica” do fundador do WikiLeaks. Julian Assange está sob custódia na prisão de Belmarsh, em Londres, desde abril do ano passado, depois de lhe ter sido retirado o estatuto de asilado, na embaixada do Equador, naquela cidade, em abril de 2019. O ativista australiano aguarda agora uma audiência que pode resultar na sua extradição para os EUA.
Aos 48 anos, Assange foi acusado de 18 crimes, incluindo conspirar para invadir um computador classificado do Pentágono. Mas, segundo se lê naquela carta aberta, está em péssimo estado de saúde, devido aos efeitos de tortura psicológica que já sofrera na embaixada do Equador e agora na penitenciária inglesa, onde foi arbitrariamente detido, de acordo com o Grupo de Trabalho das Nações Unidas sobre Detenção Arbitrária.
“Se Assange morrer numa prisão no Reino Unido, é porque foi efetivamente torturado até à morte”, acrescenta a carta aberta, sem deixar de apontar o dedo e expor acusações de negligência médica por motivos políticos: “A profissão médica não pode dar-se ao luxo de permanecer em silêncio, do lado errado da tortura e do lado errado da história, enquanto esta paródia se desenrola.”
O grupo havia já escrito para o secretário do Interior e para o governo australiano. Agora, foi também enviada para o governo do Reino Unido e para a ministra australiana de relações exteriores, Marise Payne.