De onde veio, afinal, a escuridão que caiu sobre São Paulo a meio da tarde de segunda-feira? A chegada de uma frente fria vinda do litoral do estado, combinada com nuvens baixas carregadas e com a presença de uma neblina seca originou o parte fenómeno. Mas é em relação à origem das partículas de detritos em suspensão, que formaram uma camada densa impedindo a chegada de luz do Sol, que as opiniões se dividem.
O site meteorológico brasileiro Climatempo, num texto escrito pela meteorologista Josélia Pegorim, coloca as culpas nos “grandes focos de quimadas que há vários dias são observados sobre a Bolívia, em Rondonia, no Acre e no Paraguai”.
Mas o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, instituto federal brasileiro, rejeita a influência dos incêndios, alegando que a formação de nuvens baixas e densas já seria suficiente para originar o fenómeno.
O Instituto Nacional de Meteorologia do Brasil (Inmet) responsabiliza os incêndios: não só os da floresta da Amazónia, mas sobretudo os da Bolívia e do Paraguai. Entre os dias 17 e 18 de agosto, foram contabilizados 180 focos de incêndio em Corumbá, munícipio brasileiro que faz fronteira com a Bolívia e Paraguai.
A revista brasileira Superinteressante adianta ainda que “as análises definitivas sobre o que causou a escuridão em São Paulo só devem sair nos próximos dias”. Ainda assim, Marcelo Schneider, meteorologista do Inmet entrevistado pela revista, revela que “nenhuma das duas hipóteses [incêndios na Amazónia ou na região do Pantanal] podem ser conclusivas. Se isso tem totalmente a ver, qual o percentual representa, é algo que ainda precisa ser estudado”.