A candidata ao município de Roma Georgia Meloni está longe de ser a única que diz admirar Benito Mussolini, o carismático líder do regime fascista transalpino. Durante mais de duas décadas, de 1921 a 1945, a Itália foi governada de acordo com os caprichos do ditador e mergulhou na tragédia da Segunda Guerra Mundial ao lado da Alemanha de Hitler. Mesmo assim, os muitos herdeiros de Il Duce ainda marcam a agenda eleitoral do país. A começar pelos seus descendentes familiares.
Alessandra Mussolini, antiga atriz e modelo, atualmente com 53 anos, há mais de um quarto de século que vive da política, sendo agora eurodeputada e candidata à Assembleia Municipal de Roma nas listas da Forza Italia, de Silvio Berlusconi.
A sua meia-irmã, Rachele, dez anos mais nova e bem mais conservadora, é camarada de Georgia Meloni no partido a que muitos chamam pós-fascista, os Irmãos de Itália. No entanto, às duas netas de Mussolini temos de somar três outros candidatos radicais à Cidade Eterna, em representação de outros tantos movimentos de extrema-direita. O mais conhecido chama-se Francesco Storace, tem 57 anos, foi ministro da Saúde num dos Executivos de Berlusconi e é agora secretário-geral de La Destra (A Direita). E, embora diga ser um democrata, acha que Mussolini foi “um grande estadista”. Os outros dois dão pelo nome de Simone Di Stefano, dirigente da Casa Pound, e Alfredo Iorio, promotor do Trifloglio-Popolo della Vita.