Economia a abrandar, preços da energia a dispararem, cereais e matérias-primas mais caras e uma grande pressão sobre bancos centrais para controlarem as tendências inflacionistas. Além do enorme custo humano que está a ser suportado pelos ucranianos, a invasão russa terá um efeito dominó na economia mundial. Com uma opinião pública muito inflamada e um Kremlin cada vez mais agressivo, os governos europeus estão a ser obrigados a cortar mais rápido a sua relação energética com Moscovo e a aceitar meses de dor económica. Com pouca margem de manobra, a solução pode ser dar um novo salto em frente: ativar mecanismos de solidariedade que apenas vimos durante a pandemia.
Em apenas duas semanas, as consequências económicas da guerra e das sanções tornaram-se bem visíveis. Em primeiro lugar na Rússia – colapso do rublo, subidas de juros e corridas aos multibancos –, mas também no resto do mundo, especialmente na Europa que, nos últimos anos, acentuou a sua dependência da energia russa. Os combustíveis que dão gás aos motores económicos estão cada vez mais caros e isso ameaça complicar a recuperação pós-pandémica.