O montante global de empréstimos abrangidos por moratórias no final de agosto era de 36.300 milhões de euros, menos 500 milhões de euros do que em julho, anunciou hoje o Banco de Portugal (BdP).
Segundo o supervisor bancário, esta variação reflete as reduções de 300 milhões de euros nos empréstimos concedidos a sociedades não financeiras e de 100 milhões de euros nos empréstimos aos particulares.
Assim, “os empréstimos das sociedades não financeiras em moratória totalizavam 21.500 milhões de euros no final de agosto”, refere.
“A redução foi transversal a todos os setores de atividade, destacando-se o decréscimo de 100 milhões de euros nas indústrias transformadoras”.
A maioria das moratórias de crédito terminam hoje, tendo os clientes de retomar o pagamento das prestações dos empréstimos a partir de outubro, designadamente créditos à habitação, podendo muitos não ter capacidade para o fazer.
Clientes particulares que tiveram significativos cortes de rendimento (pois perderam emprego, tiveram de reduzir as suas atividades ou viram salários reduzidos, por exemplo, por terem deixado de ter horas extra) ou empresas cujas atividades ainda não recuperaram estarão entre os que terão dificuldades em retomar o pagamento das prestações ao banco.
O decreto-lei do Governo, que saiu em agosto, diz que os bancos devem ser diligentes na sinalização de clientes em dificuldades e apresentarem melhorias das condições contratuais nos créditos de clientes que beneficiaram das moratórias públicas (as moratórias privadas já acabaram anteriormente), facilitando o seu pagamento.
JNM/(IM) // CSJ