O antigo presidente da AICEP Basílio Horta considera que a Nissan “está a fazer o seu papel” ao invocar razões de negócios para suspender a fábrica em Aveiro e afirma que “foi determinante o abandono da política de mobilidade elétrica”.
Em entrevista à Lusa, o antigo presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal sublinhou que a Nissan já sabia qual seria a sua produção e “como ia escoar as baterias” que iria produzir quando esteve a discutir com o Governo a instalação da fábrica de baterias em Portugal e, ainda que esse argumento possa ver válido, “seguramente foi muito ajudado pelo abandono da política de [incentivos fiscais à] mobilidade elétrica”.
“Isso já eles sabiam! Quando decidiram fazer o investimento em Portugal já sabiam isso. Acho que a Nissan está a fazer o seu papel. Mas é evidente que a Nissan, quando decidiu fazer o investimento em Portugal, depois de largos meses de negociações intensas, sabia perfeitamente quais eram as fábricas que tinha”, afirmou Basílio Horta.
O antigo presidente da AICEP lamentou ainda que o Governo e a Nissan nunca tenham assinado o memorando de entendimento para a nova fábrica de Aveiro, que está no Ministério da Economia “há mais de um ano”.
O atual deputado (eleito nas listas do PS) lamenta que o Governo português e a Nissan nunca tenham assinado o acordo para o investimento de instalação da fábrica de baterias em Portugal, apesar de o memorando de entendimento entre o Estado português e o gigante automóvel ter “mais de um ano”.
“Há um memorando de entendimento [MOU, na sigla inglesa] assinado, onde consta essa intenção de investimento de 150 milhões de euros, criação de 200 postos de trabalho. Não chegou a haver contrato. Não consigo compreender porque é que o Governo demorou tanto tempo. Esse MOU está no Ministério da Economia há mais de um ano”, disse à Lusa Basílio Horta.