É evidente que todos estaríamos muito mais satisfeitos se a Seleção Nacional tivesse conseguido ser a primeira (e talvez a única, dependendo do resultado desta noite do Brasil) a conseguir terminara primeira fase do Mundial só com vitórias. Não aconteceu, como já não tinha acontecido à França: e não teve qualquer importância no futuro de Portugal na competição, visto que a equipa manteve o primeiro lugar do grupo, o benefício de ter mais um dia descanso antes do jogo dos oitavos-de-final, no qual defrontará o segundo classificado do Grupo G, no qual o Brasil só por uma conjugação pouco provável de resultados perderá o primeiro posto. (NOTA: À hora em que esta crónica foi escrita, os jogos do Grupo G ainda não tinham começado.)
Apesar da derrota, o jogo desta tarde teve alguns pontos positivos. Em primeiro lugar, a estreia de Ricardo Horta a marcar pela Seleção Nacional. O avançado do Sporting de Braga provou que pode ser um excelente reforço para a frente de ataque. O mesmo se pode dizer de Vitinha, Matheus Nunes, Diogo Dalot e até António Silva, que mostraram estar aptos para ser opção, se surgir qualquer contrariedade com os habituais titulares.
O que não podia ter corrido pior foi a atuação de Cristiano Ronaldo. Infelizmente para o avançado português, as coisas continuam a não lhe correr bem. Para lá do golo na conversão de uma grande penalidade contra o Gana, o rendimento de CR7 neste Campeonato do Mundo tem sido muito pobre. Sucedem-se as oportunidades falhadas e nota-se a falta daquela força que caracterizou sempre a carreira deste que é, não haja dúvidas, um dos melhores jogadores de futebol de todos os tempos. Para agravar a situação, a forma como abandonou o relvado na altura em que foi substituído deu azo a todo o tipo de interpretações. Mesmo depois da forma veemente com que Fernando Santos veio explicar que o jogador estava apenas a responder a uma provocação de um adversário, que o quereria ver sair mais depressa do relvado, a verdade é que o visionamento das imagens parecem mostrar que a frustração de Ronaldo era direcionada a quem o estava a “tirar”. E que a “pega” com o adversário coreano foi posterior.
Seja como for, este é só mais um “caso Ronaldo” que pode atrapalhar os trabalhos da Seleção Nacional. Numa altura em que o importante seria a equipa começar a concentrar-se no próximo adversário, já se percebeu que vamos passar os próximos dias a discutir se Cristiano saiu ou não zangado com Fernando Santos. Como dizia o Diácono Remédios, personagem popularizada por Herman José, “não havia necessidade…”