A jovem patinadora russa Kamila Valieva, de 15 anos, não está a ser conhecida pelo seu talento e dedicação ao desporto, mas pela polémica que envolve a sua participação nos Jogos Olímpicos de Inverno, depois de ser conhecido o resultado positivo para a trimetazidina num teste anti-doping antes dos Jogos Olímpicos de agosto.
A trimetazidina é um medicamento usado para tratar a angina e a dor no peito causadas pela diminuição do fluxo de sangue na artérias que levam oxigénio ao coração. Muitas vezes é usado também para os sintomas de vertigens, zumbido e visão turva.
Ao aumentar o fluxo sanguíneo do coração para o resto do corpo,a substância faz com que os músculos tenham um melhor desempenho – porque recebem mais sangue – e melhorem a resistência. Esta é a razão pela qual a substância é proibida pela Agência Mundial Antidoping.
A defesa de Kamilia Valieva alega a jovem só testou positivo por uma contaminação com o remédio que o seu avô toma e necessita.
Esta não é a primeira vez que surge uma polémica em torno deste medicamento: também nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2018, uma atleta russa de bobsled, Nadezhda Sergeeva, foi desclassificada das depois de testar positivo para a trimetazidina. Na altura a atleta não competiu durante de oito meses.
Já em 2014, o nadador chinês Sun Yang testou positivo para a trimetazidina e foi banido por três anos e punido por não cooperar com os especialistas encarregues de recolher as amostras.
A Rússia já está a cumprir um castigo por doping patrocinado pelo Estado durante os Jogos de Inverno de 2014. Como resultado, os atletas russos tiveram que competir sem a bandeira ou o hino nacional nos Jogos de Tóquio 2020 sob o nome de “Comité Olímpico Russo”, assim como nos Jogos de Inverno ainda agora a decorrer.