Apesar de reconhecer o bom momento vivido pelo turismo nacional, o presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA) alerta para o facto de, pelo menos na região algarvia, o número de dormidas não estar a acompanhar a evolução das receitas e das entradas e saídas de estrangeiros. Tudo porque, segundo explica, com a nova lei do alojamento local publicada em 2014, muitos proprietários que já alugavam casas a turistas trataram de as legalizar, aumentando desta forma o número de dormidas observadas.
“Se formos olhar para as estatísticas, o número de entradas nos aeroportos ou por via terrestre não aumentaram da mesma forma que as dormidas. Simplesmente, as dormidas em casas particulares foram registadas como alojamento local e estes turistas passaram a fazer parte das estatísticas oficiais”, diz o presidente da AHETA, Elidérico Viegas. Perante estas mudanças na contabilização de dormidas, o responsável da associação que representa grande parte dos empresários da hotelaria do Algarve defende que os números divulgados pelas entidades oficiais conduzem a leituras erradas sobre o crescimento do turismo. “É verdade que tem aumentado, mas não de forma tão intensa como os governantes anunciam”, acrescenta Elidérico Viegas.