Na assinatura da marca Santo Infante, com uma loja-atelier na Avenida Infante Santo, em Lisboa, lê-se a frase ‘Desenhado em português’. Na génese deste negócio de decoração e arquitetura de interiores, fundado pelos irmãos Paz e Gonçalo Braga, está a ideia de que é possível construir e decorar uma casa apenas com materiais e peças portuguesas. Em 2021, materializaram-no com a primeira edição da CASA ABERTA, em Santos-o-Velho, em 2022, explica Paz, “continuámos a sentir esta necessidade de mostrar ao vivo uma casa 100% portuguesa”. No caso, dois apartamentos no Príncipe Real, recuperados pelo atelier Cunha Ferreira Arquitectos (um deles à venda, outro para alugar e já com interessados), onde contam com 54 marcas nacionais.
Algumas migram da CASA ABERTA de 2021, outras são estreias absolutas. “Demos também oportunidade a alguns artistas de fazer peças diferentes para aqui”, explica Paz. Em certas divisões, a decoração foi feita ao contrário: a partir de uma peça de determinada cor, foi pedido a alguns artistas que criassem algo nessa linha. “Para unir a decoração das divisões, por vezes precisamos de três ou quatro peças de artistas especiais.” Um bom exemplo é a tapeçaria da artista Rita Sevilha, feita para o quarto principal de um dos apartamentos, ou os painéis de barro da ClementinAtelier, na parede da sala.
Entre os outros trabalhos especiais conta-se o papel de parede do quarto de criança, feito a partir de painéis que podem ser conjugados de diferentes formas. Um desenho de Elizabeth Olwen – que Paz Braga conheceu depois de uma visita à CASA ABERTA no ano passado –, produzido pela Richimi Factory, empresa virada para o microcimento. Neste trabalho em sinergia, a Richimi acabou por desafiar a designer a criar ainda um padrão para um papel de parede que se pode aplicar em casas de banho.
Tal como em 2021, a marca de móveis JOIN, estreia algumas peças aqui, exemplo da linha de crianças, e participa com várias outras peças, como um móvel de televisão e várias estantes de escritório. Há ainda tapetes da Sugo Cork Rugs, candeeiros em crochet feitos em exclusivo para a CASA ABERTA, da Ana Paula Almeida, duas mesas de apoio de Irena Übler, produzidas a partir dos copos de plástico usados no evento de 2021, várias marcas de cerâmica para vestir a mesa de jantar, além de uma parceria com as editoras Orfeu Negro e Tinta da China, para preencher estantes.
Além da loja pop up, onde se podem comprar algumas peças que estão também nos apartamentos, há uma agenda de workshops, a acontecer aos sábados, exemplo do O design como forma de consciencialização ambiental, com Francisca Shearman Macedo, já este sábado, 3 de dezembro, ou uma lição de Fada do lar (agulha mágica), dia 17 de dezembro; e dias em que a casa recebe marcas fora do universo da decoração, chamadas One Day Brand, às quintas e sextas.
A CASA ABERTA pode ser visitada até dia 18 de dezembro, na Travessa do Monte Carmo, número 23, 2º e 3º andar, de terça a sábado, das 10h às 19h, com entrada livre.