No debate parlamentar com o primeiro-ministro, esta manhã, a líder do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, aproveitou para lembrar que em Portugal, “a cada semana, uma mulher morre às mãos da violência doméstica”, que há mais mulheres vítimas de pobreza, de precariedade. Disse ainda que, a cada ano, a mulher recebe menos dois meses de salário do que o homem (pelo mesmo tipo de trabalho), cenário que se agrava (o fosso duplica) se a mulher tiver um cargo de chefia.
Em 2015, o fosso salarial médio, entre homens e mulheres, na União Europeia, fixou-se nos 16,3%, ou seja, por cada euro ganho por um homem, a mulher só receberia 84 cêntimos – por trabalho igual, convém repetir.
As diferenças já foram maiores. Olhando para 2010, ostenta-se a boa notícia de o fosso salarial ter diminuído na maioria dos países da União Europeia (UE). As maiores descidas ocorreram na Bélgica (em que o fosso passou dos 10,2% em 2010 para os 6,5% em 2015, ou seja, foi registada uma diminuição do fosso de 3,7 pontos percentuais), na Hungria (-3,6pp) e no Luxembrurgo (-3,2pp). A má notícia é que o fosso aumentou em 10 países, dos quais se destacam a Eslovénia (+7,2pp) e… Portugal (+5pp).
Portugal não está entre os países com maior fosso salarial mas, com um fosso salarial entre os 10% e os 15%, também está muito longe de estar entre os “bons alunos”.