Só se pede um bom desempenho e motivação escolar, além de flexibilidade social. E, mais importante do que isso, muita vontade de conhecer o mundo e outras formas de o viver.
A AFS é uma associação de voluntariado sem fins lucrativos e existe em Portugal há 60 anos, no entanto há que pagar um montante, que varia consoante os países, para enviar estudantes para fora. Atualmente, contam-se mais de 314 mil participantes e famílias de acolhimento nos intercâmbios, apoiados por 100 mil voluntários em quase todo o globo.
Quem decide entrar nesta aventura, muda-se durante três, seis ou dez meses para o país selecionado (o processo dura quase um ano e inclui três campos de preparação). Lá, espera-o uma família voluntária, a quem passam a tratar por pai, mãe, irmão ou irmã, tios, avós, consoante a constituição do agregado familiar.
Este é um programa académico e, por isso, o aluno integra a escola em que for matriculado pela família, como se fosse um nativo. A AFS não garante equivalências na hora de regressar a Portugal. Mas assegura muitas memórias e experiências inesquecíveis.
Esta é a primeira semana para cerca de 80 adolescentes que chegaram a Portugal na sexta-feira passada, acolhidos por outras tantas famílias espalhadas pelo país, que podem receber estudantes estrangeiros sem que tenham mandado algum filho no programa. É o caso de Raquel Marinho: este ano optou por ter em sua casa uma tailandesa de 16 anos, que inscreveu no liceu ao lado de sua casa, em Lisboa. Decidiu alinhar neste programa, a pedido da filha única, de 14 anos.
Raquel repete várias vezes que ela é “um doce”, inteligente e de aprendizagem rápida. Por enquanto, comunicam em inglês, mas ela já a chama de mãe. “De um momento para o outro tenho duas filhas”, explica Raquel, visivelmente satisfeita com a opção que decidiu tomar.