Um estudo analisou os dados de um inquérito de 2006 sobre satisfação matrimonial, realizado na década de 90 a todos os casais dos Estados Unidos da América, e descobriu que a partilha de tarefas domésticas pode influenciar a vida sexual.
O estudo publicado no Journal of Marriage and Family concluiu que os casais heterossexuais que não seguem estereótipos sexistas têm relações sexuais, em média, 6.8 vezes por mês, comparado com as cinco vezes dos casais em que apenas uma pessoa contribui nas tarefas. Nestes casos, a mulher era a pessoa que fazia a maioria dos trabalhos domésticos.
Os investigadores definiram como “tarefas domésticas” a preparação de refeições, lavar a loiça e a roupa, limpar a casa e fazer as compras de supermercado. O mesmo estudo concluiu que os casais que fazem mais sexo não são apenas aqueles que partilham as tarefas, mas sim que o fazem de uma forma justa e não sexista. As limpezas não eram deixadas para a mulher, nem os trabalhos manuais para o homem.
“Os casais contemporâneos que aderem a uma divisão do trabalho mais igualitária são os únicos casais que experienciaram um aumento na frequência sexual em comparação com os outros casais, disse o Professor Sharon Sassler, autor do estudo. “Outros grupos – incluindo aqueles em que a mulher faz a maioria das tarefas – experienciaram um declínio na frequência sexual.”, conclui. Esta descoberta é importante uma vez que têm surgido relatórios que afirmam que a frequência sexual tem diminuído em todo o mundo nos últimos anos.
A historiadora Stephanie Coontz afirma que o estudo reflete a forma como os casais heterossexuais vivem agora “um poder mais igualitário entre o homem e a mulher”.
“O amor costumava ser visto como uma atração de opostos, e cada parceiro no casamento especializava-se num conjunto de capacidades, meios, e emoções que, acreditava-se, faltava ao outro género. Hoje o amor baseia-se na partilha de interesses, atividades, e emoções. Onde a diferença era a base do desejo, a igualdade está a tornar-se cada vez mais erótica”, conclui Coontz.
Nos Estados Unidos, em 63% das habituações é a mulher que toma conta da maioria das tarefas, mesmo que trabalhe mais horas e ganhe mais que o companheiro.