Mario Draghi será o primeiro a usar da palavra, no primeiro Conselho de Estado convocado pelo novo Presidente da República. Sentado na cabeceira oposta à de Marcelo Rebelo de Sousa, à direita do governador do Banco de Portugal (BdP), Carlos Costa, e à esquerda de Adriano Moreira (o decano da reunião, que foi indicado pelo CDS), Draghi falará o tempo que considerar necessário, sobre a situação económica e financeira europeia e estará disponível para responder às perguntas dos conselheiros de Marcelo Rebelo de Sousa. É desta forma que está preparada a agenda da reunião. Ontem, Marcelo justificando a vinda do presidente do BCE a Lisboa, dizia tão só que “é fundamental que nós tenhamos a noção de que o que se passa económica e financeiramente em Portugal tem a ver com o que se passa na Europa e é bom que o Presidente do Banco Central Europeu tenha a noção exata daquilo que se passa em Portugal”.
Carlos Costa não fará qualquer comunicação inicial, mas também estará disponível para responder às questões que lhe forem colocadas. Só depois deste momento começará, de facto, o Conselho de Estado da forma como o conhecemos: à porta fechada, com os seus elementos apenas, com os telemóveis “empastelados” (sem rede) e sem horas para acabar.
Será passado em revista o Plano Nacional de Reformas, que acabou de ser apresentado por António Costa e sobre o qual o PSD, assumindo finalmente o seu papel de líder da oposição, já está a preparar projetos de resolução. Depois, será abordado o Plano de Estabilidade, cuja discussão no Parlamento está marcada para dia 27 deste mês, antes mesmo de o documento ser enviado para Bruxelas.
Antes da reunião, Marcelo receberá Draghi, Carlos e António Costa para almoçar, em Belém. O repasto terá de terminar às 14 e 30, hora a que Cavaco Silva (ex-Presidente da República), António Guterres, António Lobo Xavier, Eduardo Lourenço, Leonor Beleza e Luís Marques Mendes (os cinco cidadãos designados por Marcelo) tomam posse, como novos membros do Conselho de Estado.
No primeiro Conselho de Estado de Marcelo, marcam ausência Mário Soares (o ex-PR não poderá comparecer, por razões de saúde) e o presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro, que se encontra (com todos os seus secretários regionais) numa visita estatutária de cinco dias às seis ilhas que não têm departamentos do governo.