A Dame Products é uma startup criada pela sexóloga Alex Fine e a engenheira Janet Lieberman, com o objetivo de combater a “discrepância no prazer”, ou seja, ajudar as mulheres a atingir a satisfação sexual. A empresa decidiu agora processar o metro da cidade de Nova Iorque e acusá-lo de sexismo e censura ilegal, ao recusar, desde novembro do ano passado, afixar os seus anúncios.
A queixa denuncia a decisão de “privilegiar interesses masculinos” através de escolhas publicitárias, que violam a Primeira Emenda da Constituição dos EUA, que garante a liberdade de expressão. Segundo a Dame Products, o metro permite, por exemplo, anúncios de uma agência de viagens com slogan: “Fique molhada (na praia, não por causa do rapaz a teu lado)”, ou de preservativos do tamanho “Kyng”. Segundo Richard Emery advogado da empresa, “A (Autoridade Metropolitana de Trânsito) MTA vive na Era Vitoriana”, e “tem um esquema de censura orientado para os homens, que discrimina o prazer sexual das mulheres, e enfatiza o controlo masculino da sexualidade das mulheres”.
A reclamação apresentada no tribunal federal de Manhattan pede uma indemnização indeterminada e exige que a MTA exiba os anúncios em questão. Para além da MTA, o processo judicial visa também, Pat Foye, Chefe do Executivo da MTA, e Janno Lieber, supervisor da política de publicidade da agência.
Maxwell Young, porta-voz da MTA, responsável pelos transportes públicos de Nova Iorque, já fez saber que o metro vai defender-se pelos meios legais que tem disponíveis e que tem “constitucionalmente o direito de fazer distinções, razoáveis, baseadas no conteúdo” dos anúncios, sem que a política de seleção discrimine “de modo algum”.
Contudo, Andy Byford, presidente da Autoridade de Trânsito da Cidade de Nova Iorque, respondeu positivamente à carta da CEO da Dame, “eu encolhi-me quando li sobre a vossa experiência”, e”embora eu não possa mudar a MTA inteira, estou determinado a fazer a minha parte, o trânsito da cidade de Nova Iorque recetivo e transparente”.
O advogado da Dame respondeu que “parece que Andy Byford é, pelo menos, razoável a este respeito, e está frustrado com a própria burocracia”.
O metro de Nova Iorque, dos mais concorridos do mundo, depara-se ocasionalmente com processos judiciais devido à sua recusa em exibir anúncios, incluindo aqueles com conteúdo político.