As redes de telecomunicações da Web Summit foram vítimas de vários ciberataques na segunda-feira, no mesmo dia em que discursou, através de vídeo conferência, Edward Snowden, o mais famoso whistleblower do mundo e antigo analista de sistemas da CIA e da NSA.
Na sala de controlo das telecomunicações que servem a Web Summit, denominada War Room, as equipas de técnicos de cibersegurança conseguiram travar todos os ataques e o dia acabou sem que fosse registado qualquer intrusão no sistema. “Posso dizer que a segunda-feira foi um dia especialmente atribulado para as nossas equipas de cibersegurança. Felizmente, já passou e não houve nenhum incidente”, garantiu Alexandre Fonseca, CEO da Altice.
Ainda não se sabem os motivos destes ataques, nem se estiveram ligados ao facto de Edward Snowden ser a estrela da cerimónia de abertura. No entanto, os técnicos admitem ser “algo normal” neste tipo de eventos que envolvem muito tráfego de informação.
A War Room, instalada na zona dos pavilhões da FIL, é uma das salas mais seguras deste espaço, com uma equipa permanente de dois agentes da Polícia à porta. Ali trabalham em permanência cerca de 30 técnicos especializados que monitorizam o funcionamento de todas as redes de telecomunicações que servem a Web Summit. Ao todo a empresa tem 160 funcionários a trabalhar em exclusivo para esta cimeira de tecnologia.
Fazendo a contabilidade ao primeiro dia e meio da Web Summit, a Altice revelou que foram estabelecidas 1,1 milhões de ligações, que geraram um tráfego de 24 terabites. O wi-fi foi responsável por 75% deste tráfego. Ao todo, ligaram-se à rede quase 40 mil dispositivos, 30 mil dos quais em permanência.
Em termos de telecomunicações este “é um evento como há poucos no mundo face `densidade de redes e ao número de utilizadores em simultâneo”, disse Alexandre Fonseca.
Na edição do ano passado passaram pelas redes de telecomunicações da Web Summit 88 terabites de informação, foram geradas 3,5 milhões de sessões wi-fi e o número de dispositivos ligados à rede ascendeu a 50 mil.