Quando foram lançados os últimos iPhones as opiniões dividiram-se entre o “mais do mesmo” e “vêm revolucionar os smartphones”. São as seitas do costume dos anti Apple e dos adoradores da marca a funcionar. Claro que não se passou nada disto. Foi provavelmente o lançamento mais interessante dos últimos anos, com muitas tecnologias que a marca melhorou em relação ao que já existia, mas claro que não foi nenhuma revolução. O sistema de identificação facial não tem nada que ver com os anteriores, há novos e interessantes avanços nas capacidades do software da máquina fotográfica, tudo isto e mais umas coisas já fizeram correr muita tinta.
O que me põe curioso é qual o sucesso, ou não, do novo sistema de realidade aumentada que a Apple pôs a funcionar dias depois com o iOS 11. Eu tenho experimentado alguns sistemas destes, que conseguem misturar a realidade que nos rodeia com objectos virtuais e a maioria funciona francamente mal. O problema é que um sistema assim tem que ser capaz de “entender o que o rodeia”. A maioria dos sistemas exige muita preparação e/ou sensores complexos e caros. Uma das exceções é o Tango, um projecto da Google que já está em dois telemóveis comerciais. Sinceramente a experiência que tive foi francamente decepcionante, o sistema pode vir a ser excelente e mapeia os ambiente do local onde está mas ainda não está pronto para o mercado.
O que a Apple lançou já traz uma quantidade de jogos gratuitos e pagos, foi usado em más aplicações que ficaram a funcionar muito melhor, como a app para testar mobília em nossa casa do Ikea. Usei também uma app para fazer plantas de uma casa e esta sim, impressionou-me pela forma como deteta o que a rodeia.
Aparentemente temos o primeiro sistema de realidade aumentada prático não na forma de óculos mas usando o telefone como janela para um mundo novo, realmente capaz e que podemos trazer connosco de forma prática. Não sei se isto vai ser apenas uma moda como o 3D, mas tenho muitas razões para crer que, com a voz, a realidade aumentada vai fazer parte da forma como nos relacionamos com os computadores do futuro. Será que nos vamos lembrar um dia do iOS 11 como nos lembramos da forma como a Apple mudou o mundo da música, sem inventar a solução mas melhorando de tal forma que tudo se alterou?