Nas últimas semanas, ao aproveitar os últimos cartuchos do verão Nova Iorquino, com que gerações tenho interagido? A verdade é que foi dos 8 aos 80! Tive a sorte de ter conversas e experiências interessantes com ricas perspectivas. O Nova Iorquino, por defeito, tem uma opinião sobre muitos temas, a verdade é que por cá indecisão não é algo que me encontre muito.
Os temas de conversa dos mais jovens, surpreendeu-me pois apresentava temas de política e religião, com algumas perguntas provocadoras, mas logo depois voltava a temas mais esperados dessa idade, como atores e músicos famosos.
Já os adolescentes faltaram na minha lista de gerações. Lembro-me que na minha adolescência não interagia muito com adultos, será coincidência?
Com os adultos as conversas os temas que debatia além das notícias locais e internacionais, tivessem 25 ou 52 anos, outro tema comum era o de começar uma família. Já vai longe o tempo que os 40 eram o limite.
Com a geração dos 60 esperava além dos temas de actualidade, sempre imaginei que o destaque seria a reforma, um tema que pessoalmente penso frequentemente. Ao puxar o assunto, com uma amiga, que já nos 64, se não estava ansiosa pelos 65, para o ano oficial da reforma cá. Responde-me banalmente que estava mais focada em continuar no seu projeto profissional, onde junta medicinas ocidentais, orientais e naturais, além claro de continuar com as sua paixão de viajar; algo que temos em comum!
Ao chegar aos 80, as conversas igualmente interessantes. Por coincidência participei de um evento de voluntariado, e estava a conversar com alguém que tinha começado naquela instituição no ano em que eu nasci! E tinha também uma relação com Portugal, pois o banco onde trabalhou grande parte, era o Banco Português do Atlântico, que já não existe, mas que foi onde abri a minha primeira conta poupança.
Mas afinal o que tem tudo isto em comum? A interação humana, apenas isso. Toda a magia que uma conversa pode ter, a transferência de emoções, risadas e às vezes lágrimas!
Na minha experiência todas as gerações por cá, como por outros cantos do mundo se preocupam-se genuinamente com o que está à sua volta e no mundo, um verdadeiro caldeirão não só multi-geracional mas multi-cultural.
VISTO DE FORA
Dias sem ir a Portugal: 42 dias.
Por aqui, fala-se muito do caso do furacão Florence.
Um número surpreendente, de acordo com a Reuters a pessoa mais velha em NY chegou aos 116 anos de idade.
Sabia que por cá a média de idades da cidade está em 35.8 anos.