Teremos agradecido o suficiente a Calouste Gulbenkian por ter doado um legado precioso a Portugal, que incluiu uma coleção de arte extraordinária, uma fortuna colossal e uma fundação que tanto baby boomers como millenials consideravam o verdadeiro “ministério da cultura”? À falta de uma mesa pé-de-galo que permitisse homenagens de viva voz, recordamos Gulbenkian, no ano do 150º aniversário do seu nascimento, através da leitura de uma nova biografia. Nesta, o historiador Jonathan Conlin reviu os mitos e as verdades em torno do colecionador: as origens da fortuna, as tensões familiares, a cartelização do mundo petrolífero, as zonas de sombra, e os bastidores do seu legado ao nosso país. Em entrevista à VISÃO, o biógrafo declara: “A grande lenda em Portugal é a de que Gulbenkian se apaixonou pelo vosso país e queria que a sua fundação fosse ‘uma oferta a Portugal’”.
As histórias dos homens da PIDE que não se podem esquecer
Das sombras, passamos às trevas profundas. Irene Flunser Pimentel investigou os elementos mais conhecidos da polícia política do Estado Novo, para o seu novo livro, Os Cinco Pilares da PIDE, de que a VISÃO pré-publica alguns excertos. Nesta leitura obrigatória, a historiadora disseca as origens, a ascensão, as relações de influência e os crimes de figuras como Agostinho Barbieri Cardoso, vice-diretor da PIDE e da Direção-Geral de Segurança, íntimo de Salazar, com quem se correspondia regularmente, ou António Rosa Casaco, o tarimbeiro que fez de tudo: torturou, executou escutas telefónicas e chefiou a infame brigada dos assassinos de Humberto Delgado, em 1965.
Futurologia para levar a sério
Qualquer historiador sabe que o mundo tem altos e baixos, avanços e recuos, euforias e crises, ganhos e perdas. Políticos, cabeças pensantes do FMI e opinion makers juntaram-se ao refrão da desaceleração económica atualmente sentida no mundo, a qual pode ter efeitos numa economia pequena e aberta como a portuguesa. Paulo Zacarias Gomes identificou 11 riscos que assustam a economia em 2019, que vão desdeo arrefecimento da economia chinesa à novela do Brexit, dos recordes do imobiliário ao turismo – galinha dos ovos de ouro.
O olá às armas de Bolsonaro
É um dos países mais violentos do mundo, assim o revelam os números: 63 880 pessoas são mortas por ano com armas de fogo, ou seja: alguém é assassinado a cada 8 ½ minutos no Brasil. Filipe Fialho faz o retrato da pátria agora armada por Jair Bolsonaro, que cumpriu a promessa de facilitar o acesso à aquisição e à utilização de armas de fogo no maior país da América Latina, e esmiúça ainda a polémica prometida pelas medidas adicionais pretendidas pelos deputados federais aliados do novo Presidente.
ADN de fábrica? É para já
E porque o futuro precisa de ter melhores augúrios, conheça a história e os fundamentos da pesquisa do cientista Floyd Romesberg, que criou um código genético artificial, produzindo uma nova molécula em laboratório que, conta Sara Sá, pode vir a ser revolucionária no tratamento do cancro.
O papelão de uma vida
“Fazer o papel de Freddie Mercury foi o melhor presente da minha vida”, diz Rami Malek a quem o ouvir. Vencedor do Globo de Ouro e candidato a um Oscar de Melhor Ator pela interpretação em Bohemian Rhapsody, faz um tour de force neste êxito de bilheteira que provocou um efeito de redescoberta da música dos Queen por uma nova geração e que está a irritar muitos críticos de cinema.
Braga 2.0
A dois dias da final da Taça da Liga, que se joga em Braga, calha mesmo bem o tema de capa da VISÃO Se7e: um roteiro, para fazer a pé, pelo centro histórico, com tudo o que há de novo para conhecer na cidade que está a reinventar-se: restaurantes, bares, lojas e galerias. É espreitar aqui a galeria de fotografias. Nas restantes páginas do nosso roteiro, encontrará muitas sugestões para os seus tempos livres, entre espetáculos, séries de televisão, livros e discos, exposições, restaurantes, lojas, hotéis.
O que dizem os nossos cronistas
“E finalmente, ao cabo de quase dois meses sem escrever, sinto o próximo livro a aproximar-se devagarinho de mim. Hoje, sem que eu esperasse, a meio de uma conversa acerca de Tolstoi e quando o meu sócio de trabalho me lembrou uma passagem de Ivan Ilitch, que diz “a história passada da vida de Ivan Ilitch fora a mais simples e vulgar e, por isso, a mais horrível”, vibrei numa espécie de explosão interior e, de repente, todo o trabalho ali estava, numa evidência absoluta.” As palavras de António Lobo Antunes
“O drama é que, depois do desaparecimento quase completo da discussão ideológica, já não são as ideias ou as propostas de longo prazo que ganham eleições. O que tem mobilizado os eleitores por esse mundo fora é, isso sim, a promessa de resolução de problemas imediatos ou, noutro campo, a necessidade, com um repúdio quase visceral, de penalizar quem ocupou o poder”, alerta Rui Tavares Guedes
“O desgosto de amor de algum autor de canções no Iowa transforma-se na melodia que alegra o corte de bolo na boda de um casal alegre de Mangualde, eles sorridentes para a fotografia e a canção a dar nos altifalantes (não se ouve na fotografia mas percebe-se), os convivas a rodopiar guardanapos e a assobiar alto com a língua na ponta do círculo descrito pelo indicador e o polegar (os que conseguem: a Humanidade divide-se entre os que sabem assobiar assim e os que os invejam por isso)”, atira Miguel Araújo
“O que me surpreende mais é olhar para os proprietários das empresas que devem milhões à Caixa e ver bastantes pançudos. De que desempenho atlético foram capazes na passadeira para terem conseguido contrair empréstimos deste valor? Que saúde de ferro revelaram as suas análises clínicas para lhes emprestarem montantes tamanhos? De uma coisa não há dúvida: esta gente percebe de finanças. A quem não percebe nada, como eu, os bancos ficam a dever”, opina Ricardo Araújo Pereira