09.02.2019 às 12h00
Jornalista
Nasci no ano que deu nome a um livro (1984) e cresci na Nazaré, numa casa por cima do mar. Estudei Jornalismo, escrevi à peça para o Público e para a Grande Reportagem, fiz uma passagem curta pela comunicação empresarial, e voltei a ser feliz quando, depois de um concurso ao estilo Jogos-Sem-Fronteiras, fui escolhida para integrar a equipa fundadora do i. Seis anos depois, saltei do i para o SOL e do SOL para a VISÃO. Escrevi sobre padres armados, sobre sobreviventes de desastres de avião, sobre histórias de incesto, sobre crimes de sangue. Entrevistei mulheres que aos 70 mataram os seus homens, homens que queimaram as namoradas, miúdos que mataram sem saber que matavam. Voltas e voltas depois, saltei para o crime económico e acabei por especializar-me na área da Justiça e investigação. Não me canso de ler acórdãos, apaixonei-me pelo Direito e até aprendi a gostar de juristas. Gosto de ter uma boa caixa de segredos, dispensava as ameaças. Viciada na adrenalina dos furos e das manchetes, não consigo passar muito tempo sem voltar a outro lugar que me faz feliz - a reportagem. Quase sempre dramas (com inesquecíveis excepções). Quase sempre dias de coração em frangalhos e noites de mau dormir. Aprendi que as histórias nunca se sacodem dos ombros, nunca ficam no tapete à entrada de casa. E aprendi a não ter medo de pôr a emoção no que escrevo. Até hoje trago comigo Sabóia e a Borralheira, a Alice e a Carolina, a Manuela e o Ludgero. Pelo meio destas angústias, recebi dois prémios e duas menções honrosas, plantei uma árvore e escrevi dois livros. Falta-me a criança - é melhor ir tratar disso. Dava um bracinho para escrever como o Coetzee. Enquanto não consigo, decidi voltar para cima do mar.
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