Estamos em Laveiras, algures entre Paço d’Arcos e Caxias, onde fica a redação da VISÃO. Não é o lugar mais turístico do mundo, nem apetece aqui ficar para passear. Mesmo assim, a nova aplicação Inviita (não é gralha, tem mesmo dois is, para ser bem pronunciada por quem fala inglês e dar a sensação de comunidade) consegue traçar-nos três roteiros (são sempre sugeridos três, independente da disposição ou do sítio onde nos encontramos).
Bom, faz de conta que hoje nos sentimos “party people” (mentira – é segunda-feira). Abrimos o primeiro percurso e lá estão sete sugestões, entre restaurantes e bares. Se quiséssemos mesmo ramboia, poderíamos escolher de entre as ideias da aplicação, telefonar a marcar, e estava programada a noite. Até conseguiríamos reservar dormida num dos hotéis, para não voltarmos para casa em más condições.
É assim que funciona o algoritmo da primeira aplicação gratuita que nos planeia roteiros de acordo com o nosso estado de espírito (com emojis associados) e que pode ser encontrada nos sistemas iOS.
“Estou aqui agora, com este mood, dá-me coisas para fazer.” É assim que Bernardo Véstia, com o cargo de Head of Marketing & Growth, resume as potencialidades da sua Inviita, a evolução de outra aplicação, Trough My Eyes, sempre com o apoio do Vodafone Power Lab (ganharam o concurso Vodafone Big Apps em 2014), uma incubadora de pequenas empresas com grandes ideias.
Mas, como ninguém quer festejar em Laveiras, o melhor é pensarmos na próxima viagem.
Dublin. Dezembro. Três dias. Estaremos, vamos imaginar, num green mood (escolhido de entre 10 hipóteses). Vejamos o que nos sugere a Inviita, depois de darmos estas coordenadas: sentarmo-nos na doca a ver o grande canal, visitarmos o zoo, comermos num gastropub e outros restaurantes e entrarmos no Museu Nacional da Irlanda. Podemos agora personalizar as sugestões, arrastando as que mais nos interessam para o nosso perfil, para as rever ou partilhar.
Não se pense que Bernardo Véstia e a sua equipa têm o melhor emprego do mundo. Na Inviita ninguém anda pelo mundo de mochila às costas a descobrir as sugestões mais originais consoante o humor de cada um. Eles munem-se, sim, dos melhores parceiros para lhes darem o conteúdo – neste caso trata-se do Foursquare, um gigante na internet de sugestões de lazer.
Daqui a uns tempos, revela Bernardo, introduzirão outras possibilidades para irem buscar algum retorno financeiro, através de comissões nas reservas antecipadas em museus ou em qualquer outro tipo de atividade turística. Quem sabe em dezembro já poderemos comprar o ingresso no Museu Nacional através desta aplicação…