A história parece retirada de um sketch de humor britânico, mas tem atores bem reais no palco do Oireachtas, sede do Parlamento irlandês. A personagem principal é uma impressora de grande formato, com 3,10 metros de altura por 1,90 de largura, que custou ao erário público 808 mil euros mas que, no momento da sua entrega, em dezembro do ano passado, teve de ficar à porta: não cabia em nenhuma das entradas do edifício do Dáil Éireann, a câmara baixa do Parlamento.
O contrato assinado com um fabricante do Reino Unido não previa a possibilidade de devolução, pelo que foi transportada para um pavilhão industrial nos arredores da capital, onde pagou elevadas taxas de armazenamento até setembro deste ano, enquanto eram derrubadas paredes na secular Kildare House. O Guardian avançou que as obras custaram 236 mil euros, elevando para mais de um milhão de euros os custos da impressora.
Perante as notícias reveladas, e a onda de consternação pública gerada, o decano Peter Finnegan ficou encarregue de apresentar publicamente um relatório detalhado no Parlamento, na próxima semana. Esta quinta-feira, o Irish Times divulga parte desse relatório oficial, que fixa os gastos em 1,8 milhões de euros.
Agora está finalmente instalada mas… não funciona. O Irish Times conta que os funcionários se recusam a trabalhar com o equipamento sem terem formação adequada, e que exigem também um aumento salarial. Por outro lado, os técnicos de informática recusam conceder privilégios de permissão aos servidores, alegando questões de segurança. Aguardam-se ansiosamente os novos capítulos.