Cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, analisaram o ADN de 400 mil pessoas, entre as quais 38 332 canhotas. Foram estudados e comparados exames cerebrais com perfis genéticos para procurar associações entre genes, cérebros e utilização das mãos. O estudo foi publicado esta quinta-feira na revista científica Brain.
“Pela primeira vez, em seres humanos, conseguimos estabelecer que as diferenças citoesqueléticas [na estrutura celular] associadas à utilização das mãos são efetivamente visíveis no cérebro”, afirmou Gwenaëlle Douaud, uma das autoras do estudo, citada pela BBC.
A partir daqui, foi possível perceber que as variantes genéticas relacionadas com a condição de canhoto estão ligadas às diferenças na “matéria branca” do cérebro, em particular, nas áreas associadas com a linguagem.
Nos participantes canhotos, as duas metades do cérebro, ou seja, os hemisférios esquerdo e direito, comunicavam melhor entre si e estavam mais bem coordenadas nas regiões envolvidas na linguagem. Tal fenómeno levou os autores a pensar que os canhotos podem ter habilidades verbais mais desenvolvidas, embora ainda não consigam prová-lo.
O artigo também fala de uma associação à condição de canhoto com probabilidade de desenvolver esquizofrenia e Parkinson, no sentido em que “há mais canhotos entre os pacientes que sofrem com esquizofrenia, do que entre a população em geral. Em contraste, há menos canhotos com doença de Parkinson”, segundo Dominic Furniss, autor do estudo, citado pela CNN.