Este sábado, 22, o dia amanheceu, na ilha de São Miguel, de céu azul e com pouco vento para receber a grande final do campeonato Red Bull Cliff Diving World Series, ao contrário do dia anterior em que a chuva e o vento ditaram o cancelamento da segunda ronda da quarta etapa Red Bull Cliff Diving World Series.
Hoje, no Ilhéu de Vila Franca do Campo, estava tudo a postos para receber as três rondas da final do campeonato de saltos que levou 24 atletas de 14 países à ilha de São Miguel. Neste pequeno paraíso, por volta das 10h30, começaram os saltos das rochas vulcânicas perante um plateia de convidados, jornalistas e alguns curiosos que assistiram dentro de barcos num mar ligeiramente “revoltado”.
Os grandes vencedores da etapa açoriana são Rhiannan Iffland que conseguiu alcançar o recorde com a quarta vitória consecutiva em quatro eventos esta temporada, um novo marco na categoria feminina. É a quarta vez que este atleta vem aos Açores, “um lugar especial”. “Sonhamos com este tipo de sítios para fazer cliff diving. Antes de saltar, os segundos antes tento não pensar em nada, apenas no salto. Há tantas emoções a correr pelo corpo. Das rochas é mais desafiante e assustador do que das plataformas”, disse um dia antes da final.
Na categoria dos homens, o atleta Gary Hunt, nascido no Reino Unidos, há 35 anos, ficou com o primeiro lugar. “Sinto-me um homem diferente do que era o ano passado. Estava em baixo mentalmente, foi um ano difícil que me afetou psicologicamente. Até agora tudo está a correr bem. Não é uma competição fácil para mim,” diz o campeão que tem vontade de participar nos Jogos olímpicos, mas que por agora vai “focar-se” neste campeonato. “Adoro saltar, seria louco se não saltasse. Mas o mais difícil, é (pausa) saltar. Há tantas emoções, mas assim que se deixa a plataforma é fácil, o teu corpo sabe exatamente o que deve fazer. Tenho medo mas fica cada vez mais fácil. Temos que respeitar a água”, disse ainda.
Jonathan Paredes, o melhor a saltar da prancha dos 27 metros, na passada quinta, conseguindo bater o seu recorde das Filipinas, ficou em segundo lugar, resolvendo-se no último salto. “Na primeira ronda consegui três 10 do júri o que me colocou no topo”, contou visivelmente satisfeito. Antes de saltar, o mexicano diz “rezo para não morrer. Tento resolver tudo na minha cabeça, o mais difícil são as ondas”, conta Paredes, a viver há cinco anos em Madrid. “Adoro este desporto, não há uma preparação especial”, justifica ainda.
No último lugar ficou Jucelino Júnior, do Brasil, que, depois do salto da primeira ronda nos Açores, fez o pedido de casamento à sua namorada. “Caí na real de dar este passo na vida, não havia outro lugar melhor no mundo para agregar tudo. Tive mais medo de ‘pegar’ um não do que saltar. Mas a resposta foi positiva”, diz o atleta que começou na rua a praticar mortais, e em seguida, virou-se pela capoeira, do qual é instrutor. Mais tarde, passou para os saltos ornamentais integrando uma produção do Cirque du Soleil, por exemplo. Este atleta de 32 anos competiu como saltador permanente no Circuito Mundial do Red Bull Cliff Diving em 2015, depois da estreia em 2009. Em 2014, conseguiu acabar a etapa em sétimo lugar, o seu melhor resultado até hoje.
Em 2020, o Red Bull Cliff Diving World Series passará novamente por São Migue nos dias 4 e 5 de setembro. Mas este ano ainda faltam as sguintes etapas:
14 julho: Beirute, Líbano
24 agosto: Mostar, Bósnia e Herzegovina
14 setembro: Bilbau, Espanha