Harry Houdini, o famoso performer e ilusionista húngaro, conhecido pelos seus espetáculos arriscados, em que era desafiado a libertar-se de armadilhas complexas, inspirou inúmeros mágicos por todo o mundo, incluindo Chanchal Lahiri, que desapareceu no domingo no rio Hugli, na Índia.
O duplo decidiu realizar uma acrobacia inspirada em Houdini para um público repleto de jornalistas, com o objetivo de promover os espetáculos de magia e cativar mais espectadores para esta arte, em declínio na Índia. Para isso, Lahiri, conhecido pelo público como “Jadugar Mandrake” (“Mandrake, o Mago”) foi amarrado com correntes de aço e cordas, e largado lentamente, por um guindaste, dentro do rio. A equipa de socorristas recuperou o corpo de Lahiri com os membros ainda amarrados com as correntes de aço, a cerca de um quilómetro do local.
Para concretizar o truque, Lahiri deveria libertar-se das cordas e correntes que lhe prendiam os movimentos, e surgir a nadar perto da ponte Howrah, em Calcutá. Os espectadores ainda esperaram cerca de meia hora para que ele se libertasse e saísse da água, no entanto, o mágico não voltou a dar sinais de vida.
Esta não era a primeira vez que Lahiri realizava este truque. Em 1998, no mesmo local, o mágico foi lançado ao rio, dentro de uma caixa em vidro à prova de bala, amarrada com cordas e correntes e, segundo o próprio, saiu em 29 segundos.
Sumit Kharbanda, presidente da Irmandade Indiana de Mágicos em Delhi, explicou que “toda a magia tem de ser perfeita e requer muita prática, mas mesmo com prática, as coisas podem acabar mal. Este foi um desempenho muito perigoso. Não sei se foi um problema de respiração ou simplesmente não ser capaz de desfazer as fechaduras”.
“Ele foi um grande artista de acrobacias e isto foi uma grande perda para a comunidade da magia indiana”, afirmou Madan Bharti, especialista em história da magia indiana.