Já vários filmes de ficção científica nos mostraram o que pode acontecer quando uma inteligência artificial (AI) se revolta contra os seus criadores. Tomemos os exemplos do Exterminador Implacável ou da Odisseia no Espaço e lá estão os humanos “primitivos” com tendência a ficar sempre em maus lençóis.
De volta à realidade, existem cada vez mais histórias na internet que relatam o “mau comportamento” da Alexa, a assistente virtual de uso doméstico utilizada pelo sistema Echo da Amazon.
Desde gargalhadas não solicitadas e inesperadas ao não cumprimento de ordens, são vários os episódios contados por utilizadores de várias plataformas online.
No Twitter, multiplicam-se as histórias de que a Alexa solta gargalhadas “arrepiantes” quando lhe pedem para fazer outras coisas, quando ouve conversas não relacionadas consigo ou mesmo sem qualquer pedido ou ruído alheio que a pudessem “acordar”.
Já na plataforma Reddit, os enredos complicam-se. Um utilizador relatou ter pedido à Alexa que lhe desligasse as luzes de casa, e esta voltou repetidamente a ligá-las. À terceira tentativa, a assistente virtual terá parado de responder ao comando e soltado uma “gargalhada malvada” semelhante à de uma pessoa real, relata o Buzzfeed.
Outro recordou o dia em que acordou doente e pediu à assistente virtual para lhe desligar o despertador. Ao segundo pedido, a Alexa terá simplesmente rido com uma “gargalhada de bruxa” que assustou o seu filho de cinco anos.
A Alexa vem programada com uma gargalhada padrão que é ativada com a frase “Alexa, laugh” (que se traduz literalmente para “Alexa, ri-te”). Mas até agora, ninguém sabe porque a assistente se ri mesmo sem isso lhe ser pedido.
Existe ainda uma função “Laugh Box” (ou Caixa de Riso) que permite aos utilizadores reproduzir vários tipos de gargalhadas, desde “gargalhadas sinistras” a “risos de bebé”.
Sabe-se que, por vezes, o serviço pode ser ativado por barulhos ambientais ou artificiais que ocorram perto dos dispositivos ligados à Alexa, como os sons de animais de estimação ou anúncios televisivos.
As palavras mágicas para iniciar o serviço são “Alexa” ou “Amazon” por predefinição, sendo que o Echo está constantemente “a ouvir” se uma destas palavras é pronunciada.
A Amazon já reconheceu o problema e promete corrigi-lo o mais rápido possível. Uma das soluções propostas passa por mudar a frase que desencadeia o riso da assistente para “Alexa, can you laugh?” (Alexa, sabes rir?), ao que a resposta passará a ser “Sure, I can laugh” (Sim, eu sei rir), seguida da gargalhada.
A empresa considera que o problema possa resultar dos utilizadores pronunciarem palavras parecidas com “laugh“, o que leva o aparelho a interpretar mal a ordem. Ao tornar a frase mais complexa, torna-se “menos provável gerar falsos positivos”, relatou um porta-voz da Amazon à Verge.