Cinco meses após a tragédia de Pedrógão, os incêndios voltaram a causar vítimas e a provocar o pânico no norte e centro do País. Pelo menos três pessoas morreram, duas em Penacova e uma na Sertã, na noite de domingo, 13 de outubro, quando estavam activos 128 incêndios em Portugal. O calor, invulgar nesta altura do ano, e ‘mão criminosa’ estão na origem da maioria do incêndios que, no terreno, continuam a ser combatidos por 6 018 meios humanos, 1 803 meios terrestres e um meio aéreo. A ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, afirmou que com tanto fogos a deflagar no País não há dispositivos que resistam.
De Mafra a Braga chegam relatos carros em contramão em auto-estradas, aldeias evacuadas, destruição de casas e corte de vias. O alerta vermelho mantém-se até às 20 horas de segunda-feira, apesar da previsão de chegada de chuva ao território português ao longo dia. “Não podemos ficar à espera que apareçam os nossos bombeiros e aviões para resolver o problema”, reagiu o Secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes.
Portugal activou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil e o protocolo com Marrocos, segundo a Lusa. De Espanha será díficil chegar apoios uma vez que também na Galiza se registam incêndios de grandes proporções, que ameaçam a cidade de Vigo e fizeram já duas vítimas. Aliás, as autoridades galegas apontam também o dedo “aos fogos que vêm de Portugal”. No Sul da Europa repetem-se também os alertas de incêndios e há ainda um alerta vermellho para a chegada do furacão Ofélia à Irlanda.