Uma viagem inédita é o que prepara a NASA para 2018, quando será lançada a Sonda Solar Parker, em direção ao Sol.
Com três metros de comprimentos, a nave deverá viajar ao longo de mais de sete anos até ficar a “apenas” 6,2 quilómetros de distância da superfície da estrela, que dista 150 milhões de quilómetros da Terra. Aí, enfrentará temperaturas na ordem dos 1.377 graus para recolher informação sobre a atividade solar como nunca até agora conseguido.
O objetivo é chegar à corona, uma região da atmosfera do Sol altamente instável, onde é produzido o vento solar, ou as ejecções de massa coronal.
Mas como é que a agência espacial americana planeia fazer a Parker resistir às “brutais condições de calor e radiação”? A solução, apresentada quarta-feira, passa por um escudo de composto de carbono de 11,43 centímetros de espessura.
Para chegar gradualmente à sua órbita mais próxima do Sol, dentro da órbita de Mercúrio e sete vezes mais perto do que qualquer nave antes dela, a sonda vai servir-se da gravidade de Vénus. Na sua aproximação final à estrela, a nave fará um “mergulho” a 700 mil quilómetros por hora. Para se ter uma ideia, a esta velocidade, seria possível chegar da Terra à Lua em 30 minutos…
A importância da missão
Com esta viagem inédita, a NASA pretende não só recolher informação sobre o Sol como sobre a própria vida na Terra, além de obter também dados úteis para a tecnologia terrestre.
Porque é que a corona – a camada mais externa do Sol, onde o campo magnético se estende para o espaço – é muito mais quente do que a superfície? Como é que o vento solar afeta o clima espacial e como é que este, por sua vez, interage com os satélites de telecomunicações? Estas são apenas algumas das interrogações que a NASA espera ver respondidas pela investigação da Parker.
“É uma nave carregada de grandes avanços tecnológicos que vai resolver muitos dos maiores mistérios da nossa estrela”, acredita Nicola Fox, do Laboratório de Física Aplicada da Universidade de John Hopkins. E estará suficientemente perto do Sol para ver a velocidade do vento solar desde o seu nível subsónico até ao supersónico.
“Tenho a certeza de que haverá surpresas. Há sempre”, concluiu a cientista, uma responsáveis pelo projeto, na conferência de imprensa de quarta-feira, na Universidade de Chicago.