Qual será a probabilidade de comprar uma joia de 26.27 quilates pelo preço de uma peça de bijutaria? Mesmo que as hipóteses sejam muito reduzidas, não são totalmente nulas. Pelo menos para um comprador que, sem saber, fez o negócio da sua vida numa feira de bagageira (Car Boot, termo em inglês) em Isleworth, no oeste de Londres.
A peça tinha sido comprada nos anos oitenta pelo valor de 10 libras (11 euros) e, durante três décadas, o comprador desconhecia que levava consigo, para todo o lado, uma peça que valia cerca de £350.000 (406.000€).
“O proprietário usava-a [a joia] todos os dias. É um anel bonito, mas foi comprado como uma peça banal. Ninguém imaginava que tinha algum valor intrínseco”, disse Jessica Wyndham, chefe do departamento de joalharia de Londres.
Passadas três décadas, os proprietários (cujo anonimato permanece protegido) levaram o anel ao leilão de Sotheby, depois de um joelheiro analisar a peça e indicar que talvez pudesse ter um valor substancial. Após uma primeira análise, Wyndham diz que a peça foi levada para o Instituto Gemológico dos EUA para confirmar que se tratava de um diamante.
“A maioria de nós não pode sequer sonhar em possuir um diamante tão valioso. É uma quantia de dinheiro que muda a vida de qualquer pessoa”, diz Wyndham. Pensa-se que o diamante terá sido cortado no século XIX, mas desconhece-se a sua história e como chegou até à car boot.
Wyndham acrescenta que os compradores frequentavam feiras de bagageira durante anos, mas não tinham qualquer historial de colecionar antiguidades ou de comprar diamantes. E porque, neste caso, uma sorte nunca vem só: Além da joia, os proprietários também compraram, pelo mesmo preço, peças de vestuário desenhadas por estilistas.