Durante anos, certas funções pareciam imunes à era digital. Com a tecnologia, as fronteiras suavizaram. A escrita, por exemplo, já se digitaliza em tempo real. Basta usar canetas digitais, que levam de imediato as nossas palavras para o ecrã do computador. Se escrever se tornou mais tecnológico, falar também não escapou. Na era da globalização, podemos recorrer ao smartphone para traduções imediatas: basta dizermos o que queremos descodificar, ou mesmo fotografarmos as palavras estrangeiras. E não só de palavras se faz a união do real com o digital a música também tem um lugar. Cantar serenatas ao telemóvel pode parecer estranho, mas é uma boa forma de sabermos afinal que música é aquela que não nos sai da cabeça. E há mais. Aqui ficam algumas das melhores formas de conciliar o analógico com o digital.
O GOOGLE TRADUTOR DA MÚSICA
O ScoreCloud ouve-nos tocar, cantar ou até assobiar, reconhece os tons e o ritmo, e dá vida às notas numa partitura, que pode depois ser editada à vontade do músico. Embora a versão para computador seja grátis, a aplicação móvel é paga (e só existe para iOS). O programa exige, claro, que os utilizadores saibam ler partituras.
A FOTOGRAFIA POLIGLOTA
De férias num país diferente? A língua não ajuda? Não há problema. A aplicação Google Tradutor deixa-nos fotografar palavras estrangeiras e alterá-las no próprio ecrã para a língua pretendida (as palavras substituem as originais). Isto desde que a língua pretendida não seja o português, cujos resultados são ainda muito pouco fiáveis.
A CANETA DIGITAL
O prazer de escrever à mão tem ficado esquecido com a tecnologia. Mas, com a chegada do Smart Writing Set da Moleskine, já é possível casar papel e ecrã. Podemos continuar a abrir um caderno próprio, incluído no conjunto, e escrever com a caneta Pen+. O aplicativo trabalha por nós: transfere, em tempo real, as palavras do bloco para o smartphone ou tablet. Além disso, permite digitalizar, editar e partilhar notas.
O DESCOBRIDOR “DAQUELA” MELODIA
E quando temos uma música na ponta da língua mas não nos conseguimos lembrar do nome, por mais que a cantarolemos? Agora já há uma solução: chama-se SoundHound, é grátis e está disponível para Android e iOS. Basta-nos trautear a melodia e esperar que a app identifique as possíveis músicas e artistas a que corresponde. E é uma aplicação paciente: ajuda até os mais desafinados.
O EDITOR DE TEXTO EM PAPEL
A Image to Text (para Android) e a Scanner & Tradutor (iOS) permitem, com uma simples fotografia a um texto, transformá-lo num documento editável. A vantagem é que, em qualquer lugar e apenas com o smartphone, podemos aproveitar para alterar o que quisermos. O lado negro: é a ferramenta de sonho para plagiadores.
O GADGET QUE RECONHECE A NOSSA LETRA
Com a Staedtler Digital Pen 2.0, podemos escrever em qualquer papel; o gadget armazena a informação, na memória (tem capacidade para 100 páginas A4), que mais tarde pode ser transferida para um computador. Como bónus, ainda reconhece a nossa letra e descodifica-a, digitando-a em texto de computador.
O ANOTADOR DE NOTAS… MUSICAIS
A Uberchord ouve as nossas serenatas e não só não nos manda calar como ainda escreve a música. Esta aplicação móvel para iOS identifica acordes de guitarra, aponta-os e ainda sugere as melhores posições de dedos para cada nota. É uma ferramenta grátis, para novatos e experientes.
O ECRÃ DE BABEL
É para quem prefere falar a escrever que existe a iTranslate Voice. Esta aplicação (grátis) ouve o que lhe dizemos e repete na língua pretendida. É útil para nos ajudar a manter uma conversa com estrangeiros: cada um fala na sua língua e o telemóvel faz o resto – transcreve a conversa e repete-a alto e bom som.
Artigo publicado na VISÃO 1253 de 15 de março