“Estamos otimistas que é possível curar, prevenir ou controlar todas as doenças durante o tempo de vida dos nossos filhos.” Esta é talvez a frase mais forte da mensagem que Mark Zuckerberg publicou na sua página de Facebook, num depoimento de suporte ao anúncio de um donativo de três mil milhões de dólares (2,7 mil milhões de euros) que ele e a mulher, Priscilla Chan, prometem realizar em investigação clínica.
A ideia do fundador do Facebook é patrocinar novas abordagens científicas, à escala mundial, sobretudo nos quatro grupos de doenças que matam mais pessoas no mundo: doenças cardíacas (19,2%), cancro (14,6%), infeções (15,1%) e doenças do foro neurológico (12,1%).
Os dados são de Zuckerberg, que diz ter passado os últimos anos a dialogar com cientistas de topo e outros especialistas na área da saúde antes de avançar para esta iniciativa. Das conversas resultaram a convicção de que não é utópico pensar em “curar, prevenir ou controlar todas as doenças até ao fim do século”. “Isso não quer dizer que ninguém vai ficar doente, mas significa que vamos ficar adoecer menos vezes e, quando isso acontecer, vamos poder identificar e tratar o problema, ou pelo menos controlá-lo como uma condição sem graves consequências”, escrever o dono do Facebook.
Para concretizar o plano, Zuckerberg e Priscilla querem financiar uma espécie de trabalho de equipa a nível global, com os melhores cientistas e engenheiros, em oposição à forma dispersa em que hoje se investigam as doenças, segundo diz ter-se dado conta nestes últimos anos: “Se conseguirmos juntar cientistas e engenheiros para construírem as ferramentas certas, poderemos acelerar os avanços nas principais doenças e continuar até não restar mais nada.”
Os três mil milhões de dólares investimento já anunciados não passam, acrescenta Zuckerberg, de um donativo inicial, pois o sexto homem mais rico do mundo na lista da revista Forbes tenciona “investir biliões de dólares nas próximas décadas”. Que ninguém pense, no entanto, que o projeto e os resultados serão visíveis a breve prazo. O dono do Facebook ressalva que “vai demorar anos até que as primeiras ferramentas sejam desenvolvidas e depois mais anos até que sejam utilizadas para curar doenças”. “Isto é difícil e precisamos de ser pacientes”, remata o americano de 32 anos, que foi pai pela primeira vez em novembro passado e diz ambicionar deixar como legado para as gerações futuras “um mundo melhor”.