Facto
A arborização prevista para a Segunda Circular pode aumentar o número de aves e “pôr em grave risco a aviação que opere no Aeroporto de Lisboa”
Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves, sobre o projeto da CML para requalificar a Segunda Circular
Falso
A Câmara de Lisboa quer plantar mais de 500 árvores no corredor central e outras 7 500 na zona envolvente à Segunda Circular. E a arborização pode atrair bandos de aves. Mas isso não tem de ser um problema. “Houve o cuidado de não arborizar a zona de aproximação dos aviões”, diz o presidente da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves. Em caso de colisão, o peso da ave e a velocidade do avião são determinantes para a força do impacto, que (convém sublinhar) não é suficiente para provocar a queda do aparelho. A Navegação Aérea de Portugal explicou que, entre os incidentes registados no aeroporto, apenas sete provocaram (pequenos) danos.
O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves, autor do relatório que avisava para o perigo das aves, esclarece agora à VISÃO que não se opõe ao projeto, mas quer que o município dê garantias de que a segurança se mantém, controlando a avifauna. Em conclusão, da forma como está formulada, a afirmação “grave risco” parece manifestamente exagerada. Acrescente-se, aliás, que Lisboa é uma exceção: a maior parte dos aeroportos estão mais rodeados de zonas verdes do que de prédios.