A estratégia de demarcação do PS face a José Sócrates continua. Desta feita, e menos de uma semana depois de o ex-primeiro-ministro ter anunciado a saída do partido, Augusto Santos Silva assegura que a investigação a Manuel Pinho não está a ser utilizada como pretexto para o corte com o antigo líder. A resposta do ministro dos Negócios Estrangeiros é explosiva: “No que respeita ao PS, não é certamente um álibi; foi mais a gota de água que fez transbordar um copo já demasiado cheio.”
O número dois do executivo de António Costa vai mais longe e distancia-se do homem que chefiou dois governos que integrou, agora acusado de 31 crimes no âmbito da Operação Marquês: “Se os comportamentos criminosos de que se fala forem provados, sentir-me-ei não só embaraçado como traído. Devo, entretanto, dizer que, enquanto fui ministro de José Sócrates, ele nunca me pediu qualquer coisa que fosse ilegal, nem nunca me apercebi de qualquer conduta sua que pudesse indiciar a prática de crimes.”