Não queriam que fosse tão esporádico quanto as formações regulares organizadas pela jota ou pelo partido, nem que fosse tão concentrado quanto a Escola de Quadros, organizada anualmente pelo CDS. Pretendiam, isso sim, que fosse organizado um tipo de formação séria, geral e específica, que lher permitisse estar preparados para a complexidade dos temas do dia-a-dia do partido. Foi assim que nasceu a Academia JP (de Juventude Popular), que inicia as aulas já nos primeiros dias de janeiro.
Tudo começará no Porto, com o módulo “Carta de Princípios e História do CDS”, a cargo de António Lobo Xavier. Daí por diante, haverá aulas presenciais de 15 em 15 dias, nos quais Leonardo Matias (ex-secretário de Estado da Economia) dará um módulo sobre Economia, Paulo Portas (ex-líder do CDS) se poderá debruçar sobre a Europa num Contexto Global, Joaquim Azevedo (o mais antigo membro do Conselho Nacional de Educação) falará de Educação, Teresa Anjinho (ex-secretária de Estado da Justiça) abordará temas de Justiça ou Diogo Feio (ex-eurodeputado) dissertará sobre Finanças e Fiscalidade. Nos intervalos das aulas presenciais (ora em Lisboa, ora no Porto, mas sempre nas instalações do partido), haverá muita atividade online – distribuição de documentos, troca de informação, entrega de trabalhos e afins.
Era uma necessidade, garante Fransciso Rodrigues dos Santos, líder da JP. Tornava-se fundamental, diz à VISÃO, “aperfeiçoar o grau de conhecimentos dos jovens que militam na JP, mas desta vez em formato universidade, com disciplinas técnicas e ideológicas, fundamentais à governação da coisa pública.” No fundo, explica, era preciso ajudá-los a fazer face à “complexidade de temas sobre os quais temos de nos posicionar e sobre os quais temos, muitas vezes, de apresentar propostas legislativas concretas.”
Para dotar a JP destas “ferramentas, úteis à ação política e cívica”, haverá ainda módulos sobre Instituições Políticas, Sistemas Políticos Comparados, Políticas Sociais, Cultura, Relação com os Media e Técnicas de apresentação e falar em público.
A ideia começou a ser cozinhada ainda no tempo de Paulo Portas, mas só foi apresentada no Largo do Caldas depois do congresso de consagração de Assunção Cristas e foi com a nova líder do partido que tudo foi construído. Inicialmente era para se chamar “Academia de Líderes”, porque o objetivo é, justamente, preparar lideranças – políticas e cívicas. Acabou por se chamar Academia JP (de Juventude Popular) e arranca logo a seguir ao dia de reis, no Porto. Terá a duração de seis meses e este primeiro semestre estarão na Academia os dirigentes nacionais da JP. O próximo será direcionado a dirigentes distritais e concelhios. Por fim, será aberto a todos os militantes da JP.