O Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, considera que, se países como Moçambique e Angola decidirem não ratificar o Acordo Ortográfico, isso será uma oportunidade para repensar a matéria
O chefe de Estado português assumiu esta posição em declarações à RTP África, durante a sua visita de Estado a Moçambique, revelando que, enquanto cidadão, não seguia o novo Acordo Ortográfico.
“Nós estamos à espera que Moçambique decida sim ou não ao Acordo Ortográfico. Se decidir que não, mais Angola, é uma oportunidade para repensar essa matéria”, disse.
O chefe de Estado português referiu que “o Presidente da República, nos documentos oficiais, tem de seguir o Acordo Ortográfico”.
“Mas o cidadão Marcelo Rebelo de Sousa escrevia tal como escrevem os moçambicanos, que não é de acordo com o Acordo Ortográfico”, acrescentou.
Mas é “prematuro”
O tema do Acordo Ortográfico não ficou de fora das reuniões entre Marcelo Rebelo de Sousa e Filipe Nuysi. Mas, à saída do encontro a sós e do encontro entre delegações, questionado sobre o acordo, o presidente português disse que essa “é uma questão interna portuguesa”.
Ainda assim, não deixou de explicar que “a matéria está pendente de uma deliberação da Assembleia legislativa moçambicana”. Assim, concluiu, “não podemos antecipar neste momento qual possa ser essa decisão – e, quem diz moçambicana, diz angolana – quanto a matéria que permitirá ou não ser reequacionada no quadro português. Neste momento, é prematuro falar do reequacionar da matéria, no quadro português”.