Patrões, sindicatos e Governo sentam-se pela primeira vez em sede comissão permanente de concertação social, amanhã (dia 9), para discutir o aumento do salário mínimo nacional. A proposta do Executivo, de 530 euros em 2016, é considerada insuficiente pelos representantes dos trabalhadores, mas deixa patrões apreensivos. O presidente da Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, já admitiu que fará uma contra-proposta inferior, sem adiantar um montante.
O objetivo de António Costa passa por aumentar o valor para 557 euros em 2017, para 580 em 2018 e 600 no final da legislatura. Se houver acordo na concertação social, os 530 euros vigorarão logo a partir de 1 de janeiro de 2016 e abrangerão mais de meio milhão de trabalhadores.
Entre 2011 e 2014, o rendimento mínimo esteve congelado nos 485 euros. A subida para 505 deu-se há pouco mais de um ano, altura em que Portugal ficou no 11º lugar no ranking do salário mínimo europeu. O mais alto era pago no Luxemburgo (1.923 euros) e o mais baixo na Bulgária (184 euros).
Em 1974, quando tudo começou, o valor era equivalente a 16,5 euros. No final do cavaquismo, em 1995, fixou-se nos 259,4 euros e dez anos depois atingiu os 374,7 euros. Foi com Pedro Passos Coelho que ficou congelado durante quase quatro anos, para depois subir quinze euros, na sequência de um acordo entre governo, as confederações patronais e a UGT (a CGTP não assinou).