A dança do cavalo continua a bater sucessivos recordes e o YouTube já regista mais de 1 500 milhões de visualizações de Gangnam Style. Mas o mega sucesso de Park Jae-sang, o comediante e cantor sul-coreano mais conhecido pelo seu nome artístico – Psy – está a provocar um fenómeno que vai muito para além da esfera musical. Não é por acaso que Psy se converteu numa imagem de marca do país, com direito a uma estátua na capital, Seul: o número de turistas não para de aumentar e as autoridades locais acreditam que, este ano, poderá duplicar – a cidade registou 800 mil visitantes estrangeiros, em 2012. Boa parte deles fizeram questão de passar pelo bairro-distrito de Gangnam, que inspirou a canção e onde, em novembro, abriu um posto de turismo especificamente criado para satisfazer a curiosidade dos fãs. Mas tal não pareceu suficiente aos responsáveis autárquicos desta zona parodiada por Psy: no próximo mês, deverá abrir um novo centro de entretenimento onde vai estar disponível um holograma em tamanho real do artista e, até ao final do ano, devem começar a edificação do Hallyu Drive, uma versão local do Passeio da Fama, em Hollywood. Trata-se de uma avenida que pretende celebrar a cultura de massas do país – também descrita por vaga (hallyu) sul-coreana -, cuja influência e popularidade é hoje incontornável, já não apenas no continente asiático, mas também na Europa e nos Estados Unidos, como Gangam Style veio provar. Para se ter em conta o que está em jogo, o próprio Governo da Coreia do Sul calcula que as suas “exportações culturais” – sobretudo música, filmes, séries televisivas e vídeo-jogos – já representam 4 300 milhões de dólares (cerca de 3 230 milhões de euros) e conheceram um aumento de 22,5%, só entre 2007 e 2011. Estatísticas que impressionam pois estes “produtos” cativam audiências que vão, depois, consumir automóveis, eletrodomésticos, computadores, gadgets e um sem fim de outros bens made in South Korea.
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