A segunda cimeira entre Kim Jong-un e Donald Trump ocorreu em fevereiro deste ano em Hanoi, no Vietname. Graças a um desacordo no valor de sanções comerciais, a negociação revelou-se infrutífera.
O jornal sul-coreano Chosun Ilbo reportou que Kim Hyok-chol, o enviado especial da Coreia do Norte para os EUA responsável por parte das negociações entre os dois países, foi baleado no aeroporto de Mirim, juntamente com outros quatro oficiais do governo. Foram acusados de espionagem para o governo americano e responsabilizados pelo falhanço das negociações, diz o jornal.
O artigo diz que as mortes foram encomendadas por Kim Jong-un como uma forma de prevenir as manifestações públicas de insatisfação e a revolta da população norte-coreana. Um relatório recente da ONU acusa o país de viver “num ciclo vicioso de privação, corrupção e repressão”.
Outro alto funcionário do regime norte-coreano e alegado braço-direito do presidente, Kim Yong-chol, terá sido sujeito a “reeducação ideológica” e a trabalhos forçados num campo de concentração. Até o intérprete linguistico presente na cimeira, Shin Hye-yong, foi acusado de “manchar a autoridade” do líder norte-coreano e condenado a pena de prisão, juntamente com o representante do United Front Department, Kim Song-hye, segundo o jornal.
Um jornal norte-coreano, o Rodong Sinmun, emitiu, cita a Sky News, um alerta editorial dirigido àqueles que “apenas memorizam palavras de lealdade” a Kim Jong-un. Nele, lê-se: “Fingir que se está a venerar o líder pela frente, mas sonhar com outras coisas pelas costas é uma ação antipartidária e antirrevolucionária, que descredibiliza a fidelidade moral para com o líder. Tais pessoas não irão evitar o firme julgamento da revolução”.
“Existem traidores e vira-casacas que apenas memorizam palavras de lealdade para com o líder, que até alteram de acordo com as tendências do tempo”, continua a Sky News.
Kim Jong-un já foi acusado de várias outras mortes, incluindo as dos seus meio-irmão e tio em 2011, por suspeitas de golpe de Estado; e de um outro oficial do governo que adormeceu durante uma reunião, em 2016. Apesar disso, não é a primeira vez que surgem notícias sobre a execução de elementos próximos de Kim Jong-un que, mais tarde, aparecem em público, vivos.