É a segunda baixa na Comissão Juncker em poucos meses. Depois do britânico Jonathan Hill, a próxima a sair é a atual vice-presidente da instituição com o pelouro do Orçamento e Administração. Kristalina Georgieva apresentou hoje (sexta-feira) a demissão para assumir um cargo de topo no Banco Mundial. No seu lugar vai ficar o Günther H. Oettinger, que já a tinha substituído durante a licença controversa de cinco dias que tirou no início do mês para entrar, à última da hora, na corrida à Secretária geral da ONU. António Guterres acabou por ser a escolha unânime do Conselho de Segurança, deixando a búlgara numa posição frágil.
“É com grande pesar que aceitei a demissão de Kristalina Georgieva”, reagiu Jean-Claude Juncker. A pasta europeia do Orçamento – que transita para o alemão que há duas semanas sugeriu que Portugal poderia estar em linha para um novo resgate – gere 30 mil funcionários e conduz as negociações para distribuir os 161 mil milhões de euros do orçamento anual europeu.
Georgieva deixa o Berlaymont só no final do ano para mudar-se para o outro lado do Atlântico. Mas em vez de Nova Iorque, sede da ONU, a búlgara tem Washington como destino e uma nova posição criada na organização mundial. Georgieva será a primeira presidente executiva (CEO) do Banco Mundial, responsável pelas duas instituições – Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento e a Associação Internacional para o Desenvolvimento – que financiam os países mais pobres e de médio-rendimento. Jim Yong Kim mantém o cargo de presidente, que recenetemente renovou o mandato para mais cinco anos. “Kristalina é uma líder global reconhecida que tem currículo em melhorar a vida de quem precisa”, disse Kim, durante o anúncio. Entre 1993 e 2003, a búlgara esteve na organização mundial como directora do Desenvolvimento Sustentável.