Os 32 círculos eleitorais da Escócia votaram a favor da permanência do Reino Unido na União Europeia. Mas o resultado global foi no sentido contrário, o que abre a discussão sobre o futuro do país que ocupa o norte da Grã-Bretanha. A realização de um referendo sobre uma possível saída do Reino Unido é uma hipótese já admitida pela primeira-ministra. Eis as reações dos principais líderes britânicos ao resultado do referendo de ontem.
Nicola Sturgeon, primeira-ministra escocesa: “A Escócia votou inequivocamente pela permanência, o que torna evidente que os escoceses veem o seu futuro como parte integrante da União Europeia. A hipótese de um referendo sobre a independência da Escócia está em cima da mesa.”
David Cameron, primeiro-ministro britânico: “Tudo farei enquanto primeiro-ministro para estabilizar o barco nas próximas semanas e meses. Mas não penso que fosse correto da minha parte tentar ser o capitão que vai levar o nosso país rumo ao seu próximo destino. Acredito que é do interesse nacional ter um período de estabilidade e depois será necessária uma nova liderança. Não é preciso estabelecer já hoje uma data para isso acontecer, mas do meu ponto de vista devemos apontar para termos um novo primeiro-ministro em outubro.”
Nigel Farage, líder do Partido da Independência do Reino Unido (UKIP): “Não quero ser primeiro-ministro, quero tirar o Reino Unido da União Europeia. Quero ter um país normal que manda nas suas próprias leis.”
Jeremy Corbyn, líder do Partido Trabalhista: “O país está dividido, mas é óbvio que aceitamos o resultado. Não me demito. Agora temos de nos organizar porque temos pela frente um desafio económico urgente.”
Boris Johnson, candidato à sucessão de David Cameron no Partido Conservador: “O povo decidiu retirar o controlo de uma União Europeia que se tornou demasiado opaca e distante para as pessoas que é suposto servir. Mas isto não significa que o Reino Unido vai ser menos europeu. Não podemos virar as costas à Europa porque somos parte da Europa. Mas não há necessidade, no século XXI, de pertencer a um governo federal em Bruxelas como não existe em nenhum outro lugar na Terra. Foi uma ideia nobre no seu tempo, mas já não é certa para o nosso país.”