O primeiro-ministro, António Costa, recusou a necessidade de “medidas adicionais” para cumprir o défice orçamental e mostrou-se convencido de que “se tudo continuar a correr normalmente” na economia, a Comissão Europeia dará, em julho, “um novo passo de aproximação” às previsões do Governo.
António Costa reagiu ao anúncio da Comissão Europeia de manter Portugal ao abrigo do procedimento dos défices excessivos à entrada para uma exposição no Museu de Arqueologia. De manhã, Bruxelas recomendou ao Governo que avance com uma “correção duradoura” do défice até 2017 e prometeu voltar a olhar para a situação do país em julho.
“As previsões da Comissão[para o défice] têm estado em evolução, aliás positiva. Começaram em 3,4%, já vão em 2,7%,e dizem agora que temos de alcançar uma meta de 2,3%. A nossa meta no Orçamento, com as medidas que já temos, é de 2,2%. Nós continuamos tranquilos sobre a forma como o Orçamento tem vindo a ser executado. Não encaramos a necessidade de medidas adicionais para alcançar o objetivo que nos propomos, quanto mais para alcançar um objetivo menos ambicioso”, afirmou António Costa, citado pela Lusa.
O chefe do Governo disse ainda que encara a decisão da Comissão Europeia como “um sinal de tranquilidade, visto que nada de urgente há a fazer relativamente a esta matéria”.
Num documento publicado hoje, a Comissão sugere a Portugal “uma correção sustentável do défice excessivo em 2016, reduzindo o défice global para 2,3% do PIB em 2016, tomando as medidas estruturais necessárias e usando todos os resultados excedentes para reduzir o défice e a dívida” públicas,sem perder de vista uma “melhoria do saldo estrutural de 0,25% do PIB em 2016”. Feitas as contas, são mais 740 milhões de euros em medidas de austeridade para o ano em curso.