Mais uma vez no Dolby Theatre, em Los Angeles, repete-se o ritual da entrega de prémios com a marca da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos EUA. É já este domingo, 4 de março, e em Portugal a cerimónia pode ser acompanhada em direto na SIC ou num canal exclusivo da NOS que já está em contagem decrescente, com vários conteúdos relacionados com a noite dos Oscars. O apresentador é o mesmo da edição de 2017: Jimmy Kimmel. Apesar da bronca do ano passado, quando houve um erro no momento do anúncio do Oscar mais esperado, o de Melhor Filme, mantém-se, também, a dupla de produtores da cerimónia: Michael de Luca e Jennifer Todd.
Recordistas de nomeações
A Forma da Água, do mexicano Guillermo del Toro, está nomeado para 13 categorias nestes Oscars. Na história destes prémios já houve dez filmes com 13 nomeações. O recorde de 14 nomeações, esse, só foi atingido três vezes: com All About Eve (em 1951), Titanic (1998) e La La Land (2017).
O mais… experiente
Nesta cerimónia bate-se o recorde do ator mais velho alguma vez nomeado para um Oscar. Essa distinção pertencia a Gloria Stuart (nomeada para Melhor Atriz Secundária pela sua atuação em Titanic, aos 87 anos). Agora foi ultrapassada por Christopher Plummer, nomeado para Melhor Ator Secundário pela sua interpretação da personagem J. Paul Getty, em Todo o Dinheiro do Mundo, aos 88 anos.
Mais experiência ainda
E a cineasta francesa Agnès Varda torna-se este ano a artista mais velha a apresentar-se a concurso para um prémio competitivo nos Oscars. Aos 89 anos, está nomeada na categoria de Melhor Documentário (por Olhares, Lugares, realizado a meias com o artista francês JR). De qualquer modo, será sempre uma vencedora: vai receber, no próximo domingo, um Oscar honorário.
Grandes duplas
Desde o filme Bugsy, de 1991, que não se encontravam, na lista de nomeados para Melhor Ator Secundário, dois atores saídos do mesmo filme. No caso de Bugsy isso aconteceu com Harvey Keitel e Ben Kingsley. Em 2018, são Woody Harrelson e Sam Rockwell a conseguirem essa proeza pelas interpretações em Três Cartazes à Beira da Estrada (um dos favoritos a grande vencedor na noite deste domingo).
A herança de Oliveira
The Florida Project apresenta-se na cerimónia dos Oscars com apenas uma nomeação (a de Willem Dafoe para Melhor Ator Secundário). O mais surpreendente é ouvir o realizador nomear, como uma das grandes influências para este filme (centrado no ponto de vista de crianças que cirandam pelas ruas a dois passos da Disneylândia) o clássico de Manoel de Oliveira Aniki Bobó (que viu no YouTube), no qual os mais pequenos também são protagonistas pelas ruas da Ribeira, no Porto.
Sempre a somar
Dois nomes batem os seus próprios recordes com as nomeações para a 90ª edição dos Oscars. O caso mais impressionante é o de John Williams que, pela banda sonora original de Star Wars: o Último Jedi é nomeado pela 51ª (!) vez − ainda sentirá alguma emoção quando chega um envelope a anunciar, mais uma vez, que está nomeado para os Oscars? Meryl Streep também se supera. Pela interpretação em The Post recebe a sua 21ª nomeação, um recorde absoluto entre atores e atrizes.
Black power
No ano em que o sucesso do filme de super-heróis, com a marca da Marvel, Black Panther (que só poderá concorrer em 2019…) está a entusiasmar como nunca a comunidade afro-americana, há uma novidade nesta matéria, que já causou bastante polémica em anos recentes (com a acusação de racismo nas escolhas dos Oscars). Jordan Peele é o primeiro realizador negro a acumular, no mesmo ano, nomeações para Produção, Realização e Escrita de Argumento (do seu filme de terror Foge).
E o Oscar vai para… um jogador de basquetebol?!
Nunca antes tinha acontecido. O jogador da NBA Kobe Bryant, que abandonou a competição nos campos de basquetebol em 2016, está nomeado para um Oscar. Ele é o narrador, e o grande inspirador, da curta-metragem de animação Dear Basketball (realizada por Glen Keane)
Brasileiro repetente
Carlos Saldanha é o primeiro brasileiro a conseguir ser nomeado mais do que uma vez para os Oscars. Desta feita, está na corrida pela realização do filme de animação Ferdinando. Já tinha sido nomeado em 2004 pela curta-metragem, também de animação, Scrat’s Missing Adventure.
Ai Portugal, Portugal…
Nunca tivemos motivos para festejar a sério qualquer vitória nas noites dos Oscars. Depois do Euro, da Eurovisão, do Eurogrupo… ainda falta a Portugal esta lança na Califórnia. Eduardo Serra já foi nomeado duas vezes (para Melhor Fotografia) mas nunca venceu. Este ano pode haver algum motivo para festejarmos se o luso-canadiano Luís Sequeira vencer o Oscar de Melhor Guarda-Roupa pelo filme A Forma da Água.