A Gaussin está a desenvolver uma plataforma para veículos movidos a hidrogénio e sobre o qual se podem colocar praticamente todo o tipo de veículos pesados. A empresa pretende demonstrar o potencial da escolha do hidrogénio, como as elevadas autonomias ou os rápidos tempo de recarga, e vai levar um destes camiões a correr no Dakar 2022.
Depois de a Acciona ter conseguido completar o Dakar de 2017 num buggy com baterias elétricas de 150 kWh, a iniciativa da Gaussin não será a primeira a completar o circuito num veículo de zero emissões. No entanto, será a primeira vez que um veículo a hidrogénio compete, pretendendo-se que tire vantagem dos tempos de carregamentos mais rápidos, uma das desvantagens sentidas pela Acciona, lembra a publicação New Atlas.
A Gaussin leva o H2 Racing Truck, nome do veículo que estará em competição, construído sobre a sua plataforma, com dois motores elétricos de 402 cavalos, célula de combustível capaz de gerar 380 kW em contínuo e uma bateria de buffer de 82 kWh para lidar com as exigências de propulsão da corrida. Os concorrentes mais poluentes ultrapassam os mil cavalos, pelo que será interessante perceber como é que o H2 vai se comportar. A empresa estima que, com uma carga de 80 quilos de hidrogénio a bordo, o camião tenha autonomia para cerca de 250 quilómetros e que demore 20 minutos a recarregar.
A corrida do próximo ano, apesar do nome Dakar, vai decorrer na Arábia Saudita e, possivelmente, em condições menos adversas do que as que se encontram no Senegal. Ainda assim, é expectável um ambiente desfavorável, com muita rocha e areia que, durante 12 dias, irá colocar as máquinas à prova de forma extrema.
Para a organização, a entrada da Gaussin é bem-vinda, para ajudar a acelerar a transição para atingir o compromisso de veículos de baixas emissões até 2030.