A Zoox esteve na mó de cima entre 2016 e 2018, quando conseguiu atrair investidores e os seus milhões para os seus planos. A empresa apresentou-se de forma ambiciosa: queria desenvolver o seu próprio software para carros autónomos, construir os seus veículos e ainda criar um serviço de partilha de viagens em carros autónomos. Em 2018, os responsáveis da Zoox prometiam que o serviço de táxis autónomos estaria disponível em 2020. No entanto, em 2018 o CEO e co-fundador Tim Kentley-Klay foi despedido e substituído no ano seguinte pela ex-Intel Aicha Evans. A saída do co-fundador evidenciou que algo não estaria a correr de acordo com o esperado dentro da empresa. Em abril desde ano, no meio da pandemia, a Zoox despediu 100 condutores e anunciou que os pretendia voltar a contratar quando a conjuntura melhorasse.
Na sexta-feira, Amazon e Zoox emitiram um comunicado conjunto onde anunciam que a gigante tecnológica vai comprar a startup. Os valores do negócio não foram confirmados, mas há rumores de que Jeff Bezos tenha desembolsado 1,2 mil milhões de dólares pela Zoox.
A gestão da empresa vai manter-se, com Aicha Evans e Jesse Levinson, o outro co-fundador, ao leme. Agora, a empresa vai focar-se no serviço de táxis de passageiros, mas não é difícil antever um futuro em que as soluções da Zoox possam ser ajustadas para a entrega de encomendas, rivalizando com o UPS, FedEx ou com a Nuro.
Este negócio é o capítulo mais recente de uma já longa história de gigantes tecnológicas (e não só) comprarem startups no segmento da condução autónoma: a Waymo faz parte da Alphabet, a Cruise e a Argo engrossam as fileiras da GM e da Ford e a Drive.AI integra a Apple. Em praticamente todos os casos, as empresas compradoras mantiveram as startups com um certo nível de autonomia.