A Contextile celebra 10 anos de existência e bem pode orgulhar-se da adesão da comunidade artística aos desafios lançados. Das mais de 1 500 obras apresentadas neste ano a concurso – um número recorde que espelha o reconhecimento internacional da bienal –, o júri selecionou 58, de 50 artistas, que trabalharam a partir do tema desta 6ª edição: Re-Make, ou seja, repensar a cultura têxtil e perceber como a sua ligação à arte pode provocar mudanças, reagindo às condições políticas e sociais da atualidade. “Precisávamos de fazer um ponto de situação, e neste espaço de reflexão crítica podemos sempre aperfeiçoar-nos e melhorar”, sublinha Cláudia Melo, diretora artística da Bienal de Arte Têxtil Contemporânea. Uma reflexão decisiva numa cidade, Guimarães, em que o têxtil é um dos grandes símbolos.
Além da exposição internacional, patente no Palácio Vila Flor, espaços públicos acolherão intervenções artísticas, como as de Ibrahim Mahama (uma na muralha do centro histórico, outra no Instituto de Design), ambas em grande escala e a contar com a participação da comunidade. O reconhecido artista ganês “usa a transformação de materiais para explorar temas como mercadorias e bens primários, comércio, migração, globalização e intercâmbios económicos”.
Já a exposição O Têxtil na Arte Portuguesa, no Centro Internacional das Artes José de Guimarães, irá refletir sobre a história da expressão artística desses materiais, em Portugal, e mostra obras de dez artistas que, em várias épocas, incluíram o têxtil nas suas práticas artísticas: Ana Vieira, António Barros, Eduardo Nery, Gisella Santi, Joana Vasconcelos, João Pedro Vale & Nuno Alexandre Ferreira, José de Guimarães, Leonor Antunes, Lourdes Castro e Margarida Reis. Esta edição conta ainda com um país convidado, a Noruega, que traz a vários locais de Guimarães obras de 12 artistas. Outras exposições, conversas, residências artísticas, visitas guiadas e workshops completam o programa.
Contextile > Vários locais de Guimarães > T. 96 381 9911 > 3 set-30 out > grátis a €8 (passe)