Mais do que um mero espetáculo musical, este concerto pretende ser um momento de reflexão sobre utopias falhadas do Portugal moderno: o Estado Novo e a própria revolução. “Especialmente sobre a forma como estas conduziram a uma nostalgia, cada vez mais acentuada pela distopia em que vivemos desde os anos 80”, explicou à VISÃO o músico Manuel João Vieira, criador deste concerto Nostalgia e Utopia, título que só por si resume boa parte da História Contemporânea de Portugal. Foi, para isso, criada uma narrativa, de modo a unir estas canções através do tempo, mas de uma forma quase ficcional – como se vivêssemos no período do 25 de Abril de 1974 e tudo o que aconteceu a partir daí, incluindo a realidade de hoje, fosse uma previsão sobre um futuro distópico. Uma (ir)realidade que inclusivamente leva ao surgimento de grupos como os Ena Pá 2000 ou os Irmãos Catita, de Manuel João Vieira, porque a subversão e a contestação já só são possíveis através do humor.
O alinhamento será composto por 20 temas pré e pós-revolução, entre fados revolucionários, canções patrióticas do tempo da ditadura, versões de cantautores como Zeca Afonso ou José Mário Branco, e temas “revolucionariamente absurdos” da autoria do próprio Manuel João Vieira, que estará acompanhado em palco por Carlos Barretto no contrabaixo, Fausto Ferreira no piano, Alexandre Frazão na bateria, Arménio Melo na guitarra portuguesa, Vital Assunção na viola, Nuno Reis no trompete e Francisco Ferro nos coros e na harmónica.
Nostalgia e Utopia, com Manuel João Vieira > Cineteatro Capitólio > Pq. Mayer, Lisboa > T. 21 138 5340 > 25 abr, dom 11h, presencial e nas redes sociais da EGEAC > grátis (levantamento de bilhetes nos dias 24 e 25 de abril, no Cinema São Jorge)